A Daycoval Asset recebeu sem surpresa o corte de 0,25 ponto percentual da Selic, definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última quarta-feira (8/5), mas considera que há motivos para atenção pensando no ano que vem. “A decisão, em geral, não é uma surpresa. Mas preocupa a divisão no Copom, entre os diretores indicados pelo governo anterior e o atual”, declarou o economista-chefe da asset, Rafael Cardoso.
Na reunião de quarta, o Copom reduziu de 10,75% para 10,50% ao ano a taxa básica de juros da economia. A queda de 0,25 p.p. foi inferior às seis reduções anteriores, todas de 0,50.
Para Rafael Cardoso, mais importante do que o número em si foi a decisão ter sido tomada por maioria apertada de votos: 5 a 4, graças ao voto de desempate dado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Isso chama a atenção, porque sabemos que a diretoria será alterada para 2025. Pensando no futuro, podemos projetar que a votação teria sido diferente se acontecesse no ano que vem”, afirmou Cardoso. “Não podemos afirmar que os diretores que votaram por 0,50 são complacentes com a inflação, mas o que sabemos é que a conjuntura piorou da última reunião do Copom para agora.”
O próprio Cardoso, no entanto, apontou que é cedo para fazer análises assertivas sobre o cenário do ano que vem. “Vai depender dos riscos que a nova diretoria se deparar. Já vimos em outros momentos a política financeira ser tocada assim, e isso traz problemas.”