A fundação Real Grandeza, patrocinada por Eletrobras e Eletronuclear, recebeu na semana passada um cheque de R$ 23,4 milhões da massa falida do Banco Santos, referente à investimentos realizados na instituição antes de 2005, ano da sua falência. A Real Grandeza é a maior credora individual da massa falida do Banco Santos, com R$ 164,6 milhões alocados à época na compra de seus CDBs, que ofereciam então uma rentabilidade excepcional.
AtraÃdos por essa rentabilidade fora de padrão, outras entidades previdenciárias também compraram os papéis. Na lista dos 891 credores que receberam cheques da massa falida do Santos na semana passada, nesse que foi o 9º rateio dos credores quirografários (sem crédito assegurado por garantia real), constam nomes como os da Previdência Usiminas, que recebeu R$ 10 milhões, Fundação Centrus, com R$ 8,2 milhões, Fundação Copel, com R$ 7,5 milhões, Fundação Gerdau, com R$ 5,4 milhões, Postalis, com R$ 6,8 milhões, além de outras entidades com valores menores como Baneses, Isbre, Faceb, Fipecq, Fibra e Instituto de Previdência do Legislativo de MG.
Dos R$ 164,6 milhões alocados à época no Banco Santos, a Real Grandeza já conseguiu recuperar R$ 151,9 milhões, que equivale a 92,3% do valor nominal investido. Esse valor foi recebido de forma parcelada ao longo dos últimos 14 anos, através de nove rateios de pagamento aos credores, com o primeiro ocorrendo em 2010 e os seguintes um a cada ano e meio, em média. Uma projeção feita pela fundação mostra que se o valor originalmente investido no Santos fosse corrigido pelo CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o valor atualizado seria de R$ 984,5 milhões.
A fundação depositou o cheque desse 9º rateio na conta do plano de BenefÃcio Definido (BD), que é de onde saÃram os recursos para o investimento à época. Aliás, também os cheques dos rateios anteriores foram depositados na conta do plano BD.