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Foco na diversificação
Manutenção de clientes institucionais, como RPPS e previdência aberta, dependem da agilidade da gestora para entender novas demandas

Edição 365

Sarmento,Pablo(Caixa) 24abrDecidida a recuperar seu market share junto aos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), a Caixa Asset começou por contratar um time que irá reforçar o atendimento desse segmento. “Estamos nos posicionando para ganho de share, estamos mais competitivos”, diz o diretor-presidente da asset, Pablo Sarmento.
Ele observa que a perda de espaço da Caixa ocorreu por ter ficado ausente desse segmento e ter perdido a proximidade com os RPPS. O objetivo agora é voltar a estar mais perto do institucional por meio de participação em eventos internos ou externos, além de outras iniciativas. A instituição tem hoje 34% desse mercado, que soma R$ 80 bilhões. “Queremos elevar o percentual para 40% a 45% até dezembro, sendo conservador na estimativa”, informa.
A performance dos fundos da gestora em 2023 foi positiva diante do cenário local e internacional, diz Sarmento. As carteiras estavam posicionadas para capturar o movimento de alta dos ativos de risco nos dois últimos meses do ano, principalmente por meio da exposição à bolsa, e ainda capturar o movimento de fechamento da curva de juros, tanto local como americana. No primeiro trimestre deste ano, a casa registrou captação positiva superior a R$ 10 bilhões e os fundos estão todos no primeiro quartil.
Está em curso ainda o aumento do número de fundos que permitem a aplicação de RPPS, mirando em produtos de maior valor agregado e de fácil acesso. “Também vamos fazer uma reclassificação que leve em conta o tamanho do apetite pelo risco, não só em exterior mas em todas as classes. Queremos divulgar a casa por meio de seus fundos, falar de sua performance de modo mais objetivo e didático para o institucional”, afirma.
Serão criados fundos com estratégias ativas e passivas, mais aderentes aos RPPS, inclusive na renda variável por meio de parcerias externas e fundos-espelho, conta Sarmento. “Hoje há sete casas parceiras, mas a ideia é ampliar esse número porque esse é o meio mais rápido de nos alinharmos ao mercado e assegurar que o cliente tenha acesso a novas e melhores estratégias, algumas delas já no forno”, diz.
“Nosso foco está em produtos de crédito para infraestrutura, estratégias quantitativas e sistemáticas, produtos integrados aos princípios ASG e investimento no exterior”, afirma.
Crescer em exterior também está nos planos. “Os RPPS mais estruturados já começam a diversificar no exterior em busca de melhor rentabilidade, mesclando renda fixa e alguma renda variável com menor volatilidade e olhando para o longo prazo”, diz Sarmento.A asset, que tem sete fundos no exterior, está estruturando um produto para o mercado de bonds internacionais, em parceria com a Pimco.
A gama de estratégias disponíveis para os produtos previdenciários (PGBL e VGBL) deverá ganhar novas soluções que ainda são pouco exploradas, como FoF e fundos-espelhos. “E vamos adequar o portfólio hoje disponível para RPPS de modo que seja distribuído também para as EFPC”, informa Sarmento.

Demanda por novos fundos - A disposição para expandir seu market share no segmento de RPPS do estado do Rio Grande do Sul, hoje estabilizado no patamar de 20%, está bem definida nos planos da diretoria que assumiu em fevereiro deste ano a frente da Banrisul S.A.Corretora de Valores e Câmbio, informa o diretor-presidente e diretor de relações com o mercado, Marcus Staffen.
Ele observa que há espaço para crescer nesse mercado, que está cada vez mais receptivo e vê outros players reduzindo seu tamanho. “O segmento de RPPS hoje é completamente diferente do que era dez anos atrás; há condições para avançar em discussões mais amplas sobre seus investimentos” diz.
A corretora ainda não começou a ampliar sua presença fora do Rio Grande do Sul, mas aposta nos resultados de um avanço também nesse sentido. “Temos bons produtos e estrutura mais robusta, já há uma presença forte do banco em Santa Catarina e temos tido rodadas de conversas também no Paraná”, conta.
Em relação à oferta de produtos, Staffen explica que a instituição tem mais de 90% dos recursos dos RPPS alocados em renda fixa e prepara uma grade mais ampla de fundos de vértices para a alocação em títulos públicos. “Vamos expandir a carteira de fundos de vértices. Já temos vértices de 2024, 2027 e 2030 e vamos acrescentar o de 2032, que está pré-operacional, mas vamos ter também os de 2035 e 2040”, conta.
A instituição está completando ainda sua grade de fundos com indexadores da Anbima, indo além do IMA-B para incluir o IMA-B5+, também em estágio pré-operacional. Outra mudança passará pela reavaliação dos produtos de terceiros, como os multimercados e fundos de ações, ainda no primeiro semestre. “E queremos trazer um produto de crédito privado adaptado aos RPPS que está em negociação com dois gestores externos. Já temos um fundo de crédito conservador, high grade, mas vamos trazer esse novo para os RPPS que têm um pouco mais de apetite ao risco”, informa Staffen.
Há também em preparação final um fundo de investimento no exterior, um multimercado de gestor externo, que será um produto complementar ao que já existe na grade. “O ideal seria já termos esse fundo porque o exterior foi muito interessante nos últimos meses”, diz.

Celano,Daniel(Schroders) 24fevPrevidência aberta - Com o mercado local de crédito sofrendo no primeiro semestre, a Schroders ganhou terreno com novos mandatos para a previdência aberta - em fundos PGBL e VGB -, além de ganhar mandatos de EFPC na área de investment solutions, conta Daniel Celano, diretor-presidente da gestora no Brasil. “O mercado performou mal de modo geral nas classes de renda variável e de multimercados em 2023, mas o nosso multimercado com baixa volatilidade para a previdência aberta ficou bem alinhado com o CDI no mês a mês e funcionou bem para o cliente desse segmento”, afirma.
Para o investidor preocupado com a alta volatilidade, que viu muito dinheiro migrando para fundos de ativos incentivados e os demais indo mal, o fundo de baixa volatilidade funcionou “como um reloginho suíço”, diz Celano, sem solavancos no mês a mês e pagando 100% do CDI, uma rentabilidade relevante.
A captação acabou superando as expectativas na asset, que mantêm estratégias para previdência aberta junto a cinco seguradoras, em planos corporativos e individuais.
“A nossa estratégia para a previdência aberta tem boa performance há algum tempo, eram quatro seguradoras mas houve interesse de outras seguradoras e hoje temos cinco delas”, explica Luiz Fernando Pedrinha, diretor comercial para institucionais. “Elas vieram porque estavam sob o risco de ver seus clientes usarem a portabilidade e levar seus recursos para outras empresas”, diz. A captação foi positiva em todos esses mandatos e a renda fixa local foi responsável pela maior geração de retorno, mas o principal impacto veio do estilo de gestão adotado, que tem risco controlado.
A gestora já opera com as seguradoras mais relevantes do mercado, diz Daniel Celano, mas está estudando as possibilidades de lançar novos produtos. “Vamos criar produtos, diferenciados, para duas seguradoras, um deles no mercado internacional e outro ligado a crédito. O objetivo é saber como cobrir melhor esse mercado, até porque algumas têm perfil mais corporativo e outras vendem mais como plataformas de investimento”, afirma Celano.

Captação positiva - O destaque de captação da Icatu Vanguarda no segmento de previdência aberta ficou com três portfólios de renda fixa e um de multimercados, que contribuíram para que a casa captasse R$ 1,3 bilhão em 2023, informa Bruno Horovitz, sócio e responsável pela área de Relações com Investidores. “A tendência é de que a renda fixa continue com forte demanda, até porque a discussão sobre a queda do juro foi postergada um pouco e falta cenário claro de juro para baixo. Aqui a captação deve seguir positiva nos quatro fundos flagships e nos três de renda fixa” acredita.
A exposição das carteiras está maior em crédito porque os spreads ainda estão atrativos e a Selic ainda muito alta. Além disso, os balanços das empresas estão melhores”, afirma Horovitz.
A gestora prepara o IPO de sua primeira operação de um fundo listado, um Fundo de Investimento Imobiliário (FII) estruturado para que a asset faça sua estreia na área imobiliária. “É um mercado que está engatinhando e há uma avenida aberta para sua capitalização mas o juro precisa cair de fato”, diz.

Segmento em RPPS (arquivo em pdf)