Mainnav

Crise leva fundação Promon a adiar implantação de perfis de investimento

A Fundação Promon, patrocinada por sete empresas do grupo, adiou o projeto de criar perfis de investimentos para seus planos de benefícios. O presidente da entidade, Milton Alelo, disse que os estudos estavam em andamento desde o final do ano passado mas, devido à pandemia de Covid-19, que trouxe impactos significativos para as rentabilidades dos investimentos, foi melhor esperar para evitar que os participantes tomassem decisões erradas neste momento. Segundo ele, “os planos da Fundação sofreram bem menos do que a Bolsa, com quedas de 2% e 7%. Mas como alguns participantes ficaram assustados, se saíssem para planos com perfil mais conservador iriam realizar um prejuízo”.
O executivo acredita que implantar perfis de investimento diferentes para os planos é importante para atender as expectativas e momento de vida dos participantes, que é bastante heterogêneo. “Temos um plano de Benefício Definido (BD) criado em 1975 que está fechado à entrada de novos participantes há 13 anos, quando criamos nosso plano de Contribuição Definida (CD). Na época, permitimos a todos, até aos aposentados, migrarem para o CD, caso desejassem”, informou Antelo. Por isso, ele explica que o plano CD tem hoje uma situação bastante atípica, pois apesar de ser relativamente jovem, metade do seu patrimônio está nas mãos de assistidos, que não podem e nem querem correr riscos. No entanto, o mesmo plano tem metade de participantes mais jovens, com idades entre 25 e 45 anos, que podem aceitar mais risco em busca de mais retorno, diz o presidente. “A ideia de implantar perfis de investimento é, exatamente, para poder segregar gente mais jovem dos aposentados, que têm objetivos diferentes”.
A entidade foi a primeira fundação brasileira patrocinada por empresas privadas. No final de março último, tinha 522 participantes no plano BD e 2200 no CD, que juntos somam patrimônio total de R$ 1,8 bilhão. “Temos um dos maiores patrimônio por participante entre todas as fundações do país. Como a maioria dos funcionários são engenheiros, os salários e as contribuições médias são elevadas, o que impõe um elevado desafio para a gestão”, afirma.