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Vivest obtém retorno de 14,3% em 2020, mas fica abaixo da meta

Jorge SiminoA Vivest, nova denominação da Fundação Cesp, registrou em 2020 rentabilidade nominal acumulada de 14,34%, o seu segundo melhor resultado em sete anos, atrás apenas dos 17,25% alcançados em 2019. Ainda assim, o retorno ficou bem abaixo da meta atuarial, que atingiu o patamar histórico de 30,81%.
“A disparada do IGP-DI, indexador dos nossos planos de benefícios, tornou a meta atuarial de 2020 um desafio sem precedentes, porque causou um forte descasamento entre nossos investimentos e o pagamento dos planos de benefícioâ€, comenta o diretor de Investimentos Jorge Simino Júnior. “Por essa razão, mesmo com bons resultados conquistados, fechamos o ano com um cenário deficitário.â€
Depois de amargar um resultado consolidado negativo de 4,7% no primeiro trimestre, a entidade reagiu de forma consistente à crise causada pela pandemia da Covid-19 já a partir de abril. Nos últimos oito meses de 2020, por exemplo, os planos BSPS, BD e CV registraram ganhos de 20,6%, 18,9% e 16,45%, respectivamente. No resultado consolidado do ano, os segmentos de maior destaque foram os investimentos no exterior (32,3%), puxados pela alta de 29,3% da moeda norte-americana, seguidos dos ativos de renda variável, com alta de 8,27%. Já os fundos imobiliários, impactados fortemente pela pandemia, tiveram queda de 13,28% em 2020.
O mercado acionário doméstico, observa Simino, ganhou força no último bimestre de 2020 em razão de expressivos aportes de recursos estrangeiros, no valor aproximado de R$ 53 bilhões. “Nos meses de novembro e dezembro, a recuperação dos preços dos ativos no mundo todo, em função do cenário pós-eleitoral dos Estados Unidos e da expectativa de retomada mais forte do crescimento econômico mundial, favoreceu os mercados emergentes, entre eles o Brasilâ€, diz ele.
O resultado deficitário da Vivest em 2020, apesar do bom desempenho da carteira de investimentos, reforça, na visão do executivo, a necessidade da troca de indexador dos planos de benefícios de IGP-DI para o IPCA, índice já adotado por todas as grandes entidades de previdência privada do país. Essa discussão ocorre na entidade já há alguns anos, tendo em vista que, em abril de 2021, ou seja, dentro de dois meses, vencem R$ 9,4 bilhões em títulos públicos da entidade indexados ao IGP-DI, que terão que ser reinvestidos em títulos atrelados ao IPCA, já que o Tesouro Nacional não emite mais títulos indexados aos IGP-DI.
“Isso nos traz um desafio ainda maior porque vai agravar muito o descasamento entre ativos e passivos da entidade. Como temos alertado, a troca é determinante para a sustentabilidade dos nossos planosâ€, ressalta Simino.