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Inside pensions terá base de dados sobre entidades fechadas

finançasNo final do ano passado Sérgio Brinckmann e André Suaide deixavam a Vexty, fundo de pensão patrocinado pelas empresas do grupo Odebrecht, para iniciar uma nova atividade na área de consultoria. O primeiro movimento da dupla foi desenvolver uma base de dados com os nomes das pessoas que compunham o segmento de previdência fechada, usando um robô para pesquisar nos sites das entidades e órgãos fiscalizadores as informações sobre os dirigentes de fundos de pensão, prestadores de serviços etc. “Conseguimos montar uma base tão rica que percebemos que ela tinha valor por si só e poderia ser oferecida ao mercado por assinaturaâ€, diz Brinckmann que exercia a presidência da Vexty. "Ai ampliamos essa base incluindo outros dados do segmento".
A mão na massa para o desenvolvimento do sistema foi a de Suaide, que é programador e exercia o cargo de diretor de investimentos na Vexty. O sistema, batizado de Inside Pensions, terá não apenas os nomes de dirigentes e conselheiros, mas também informações sobre planos, estrutura, investimentos, custos, receitas e despesas das entidades fechadas. Segundo Suaide, fará também o acompanhamento e monitoramento dos dados, além de análises, comparações e rankings. “Será possível pesquisar entidade por entidade ou por grupo de entidadesâ€, explica.
Segundo ele, o sistema deve estar disponível para o mercado no final deste mês. Já está funcionando e foi mostrado para algumas entidades e até para a Abrapp e a Previc, mas ainda numa versão preliminar, que no momento está sendo melhorada para ganhar uma cara mais amigável ao usuário final. “Em menos de um mês esse trabalho estará concluído e vamos lançá-loâ€, diz Brinckmann.
Como o robô colhe os resultados diretamente nos sites da entidades, a base terá uma defasagem de cerca de quatro meses, que é o tempo médio que as fundações demoram para publicar seus resultados. Entre outras coisas, o sistema permitirá visualizar os movimentos de portabilidade dos recursos das fundações, com os volumes que entram e saem sob essa rubrica. Suaide dá um exemplo de como o sistema pode ser usado. “Podemos ver que antes da pandemia as entidades fechadas perdiam, em média, de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões todo mês para as abertas, mas depois da pandemia criou-se um verdadeiro abismo para as fechadasâ€, diz ele. “Nas entidades 108 (de patrocinadoras públicas) não houve diferença, porque não houve demissões, mas nas entidades 109 (de patrocinadoras privadas) o volume de saída passou a ser muito maior, fruto das demissões nas empresasâ€, analisa ele com base nas informações pesquisadas.
Segundo Suaide, o sistema permite analisar também o equilíbrio técnico e a sustentabilidade das entidades, assim como as captações líquidas e a rentabilidade dos planos, das entidades e do segmento. O sistema contém dados de quase 500 entidades, sendo 278 com patrimônio e 191 encerradas, compreendendo um período de quatro anos, entre 2016 e 2020.
Segundo Brinckmann, o valor da assinatura do sistema deverá girar em torno de R$ 750 a R$ 1.500 para as entidades previdenciárias e poderá chegar a até R$ 3.000 para outros públicos, como assets e seguradoras.