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Plano CD da Previ investirá mais R$ 200 milhões em ativos globais

marcelo wagner previ1Atenta à diretriz de manter a diversificação internacional como complemento ao seu portfólio local de renda variável, a Previ prepara ainda em fevereiro uma nova tranche de investimentos em estratégias globais, informa Marcelo Otávio Wagner, diretor de investimentos da fundação. Será uma alocação adicional de aproximadamente R$ 200 milhões, a ser feita pelo Previ Futuro, plano de Contribuição Definida (CD) que já investe R$ 300 milhões no exterior, ou 1,24% de total de seus ativos.
A valorização do real frente ao dólar foi um dos critérios utilizados para definir a janela de entrada dessa tranche. "A nova alocação será 100% feita no Previ Futuro, olhando para o longo prazo. Vamos aproveitar a oportunidade para fazer um rebalanceamento dos recursos entre os portfólios dos 13 fundos de investimentos que já utilizamos para acessar o exterior”, afirma. A entidade tem ainda R$ 1,5 bilhão em recursos do Plano I investido no exterior.
Nos investimentos locais, a carteira total da Previ segue o movimento de ajuste iniciado no final de 2020 e que antecipou o atual ciclo de alta da taxa Selic. “Entre o final de 2020 e o início de 2021, havíamos nos posicionado para o que está ocorrendo agora na política monetária, então estamos olhando para a frente e para o que virá depois da alta dos juros", aponta. Os movimentos de curto prazo são importantes, diz, mas o portfólio precisa considerar também o que virá em seguida, quando a Selic começar a retroceder.
No portfólio do plano 1, que já tem mais de 97% de seus participantes em gozo de benefícios, a entidade mantém a migração paulatina da renda variável e de outras classes de risco para títulos públicos, conforme ditado pela macroalocação à política de investimentos. E deu início à compra de títulos federais no vértice de 2060, aberto pelo Tesouro Nacional. “Participamos do leilão no final de janeiro e compramos papéis nesse vértice com volumes relevantes, para fazer a imunização do passivo do plano. As taxas mais altas vieram reforçar o processo de imunização”, detalha.
No plano Previ Futuro, a gestão de investimentos segue atenta aos movimentos do Banco Central porque há oportunidades em pontos intermediários da curva de juros.
Diante da volatilidade dos cenários este ano, será fundamental manter o alinhamento à governança e à visão de longo prazo como principais pilares da política de investimentos, diz Wagner. Em segundo lugar vem a diversificação, que garante resultados consistentes de longo prazo.
Ele lembra que o maior problema dos mercados financeiros é a incerteza em relação a variáveis como juros e inflação, mas à medida que a trajetória fica mais clara e se cristaliza, os preços dos ativos se ajustam e a volatilidade tende a cair. “Aí entram outros fatores, como a geopolítica na Europa, por exemplo, então sempre podem surgir novos motivos de instabilidade. No caso da Previ, a entidade há tempos sabe fazer um bom manejo de liquidez e isso significa que nos momentos mais voláteis dos mercados não há necessidade de se desfazer de ativos; é o que esperamos continue a acontecer em 2022”, conclui.