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Nova CEO da Quanta quer participantes da previdência aberta

Denise MaidanchenQuantaCom um índice de resgates inferior a 2% mesmo na crise da pandemia e com apenas 0,04% de seu patrimônio usado em portabilidades de saída, a fundação Quanta Previdência Associativa atribui esses baixos percentuais ao retorno positivo dos seus investimentos em renda fixa e ao trabalho de educação e orientação financeira dos 140 mil participantes de seus três perfis de investimento, conta Denise Maidanchen, nova CEO da fundação.
Maidanchen está na fundação há 17 anos, tendo ocupado os cargos de diretora administrativa financeira e diretora de desenvolvimento e investimentos durante esse período. Com R$ 4,6 bilhões em patrimônio, a Quanta é reúne 130 mil participantes de 54 cooperativas, principalmente Unicreds.
Por meio da portabilidade, a entidade quer agora atrair pessoas que têm planos de previdência aberta – especialmente PGBLs – e que sejam ligadas às cooperativas que são suas instituidoras. Além disso, pretende capturar fatias maiores desse público total, estimado em 1,5 milhão de pessoas.
A rentabilidade no ano passado foi de 8,81% ou 200% do CDI em seu perfil mais conservador, o de renda fixa, que reúne 50% do patrimônio. “Queremos usar a portabilidade para trabalhar com esse público porque sabemos que podemos agregar valor aos seus investimentos. Hoje mais de 80% da indústria de fundos abertos estão aplicados em renda fixa e, desses, 90% rodaram abaixo do CDI no ano passado, então temos na nossa rentabilidade um diferencial competitivo importanteâ€, afirma a diretora.
Outro trunfo é a taxa de administração cobrada pela entidade, de apenas 0,25%, além das demais vantagens inerentes aos planos da previdência fechada, aposta Maidanchen.
Nos perfis que têm alocação em renda variável, porém, a performance foi negativa em 2021. O perfil moderado, que soma 35% dos ativos, teve retorno negativo de 0,14% e o arrojado, com 15% dos ativos, teve resultado negativo de 7,69%.
Comunicação - Maidanchen vê o esforço de comunicação/orientação dos participantes, a transparência em relação a eles e a diversificação dos investimentos como fatores fundamentais para crescer. “Sempre diversificamos para minimizar a volatilidade dos investimentos, fazemos isso alocando em todos os segmentos menos no de empréstimos. Há três anos a entidade passou a alocar em exterior, renda variável e multimercados por meio de fundos de fundos (FoFs).
Entre os desafios de 2022, o maior será buscar melhor equilíbrio para os ativos de investimentos dos participantes que estão no perfil moderado. “Essas pessoas são a nossa maior preocupação porque muitas delas foram motivadas pelos juros baixos e pela atratividade da renda variável, mas estavam ainda testando esse mercado e não estão preparadas para a forte volatilidadeâ€, observa.
A entidade pretende orientar esses participantes para estimulá-los a se reposicionar. “Não podemos forçá-los, é claro, mas é nossa responsabilidade orientá-los quando notamos que estão no perfil errado, até porque este vai ser um ano bastante difícil. Essa migração terá que ser bem planejada para acontecer no momento mais adequado, com as cotas mais valorizadasâ€, afirma.
Há hoje três janelas de migração por ano, mas elas podem ser insuficientes dada a alta volatilidade do mercado. Uma das alternativas em discussão seria permitir que migrem quando quiserem mas com uma carência para ir para o novo perfil.