Com patrimônio de investimentos de R$ 587,4 milhões e 2.500 participantes, a Fapers, fundação assistencial e previdenciária patrocinada pela Emater/RS, mantém em 2022 a diversificação como diretriz, embora tenha feito ajustes ao cenário dos mercados para elevar o percentual aplicado em renda fixa e reduzir as parcelas de renda variável, estruturados e exterior.
A fundação registrou rentabilidade consolidada positiva de 9% no ano passado, abaixo da meta de 15% porque a inflação dificultou, explica José Pedro Mendina, diretor financeiro. “Procuramos diversificar o máximo possível, sem preconceito contra qualquer segmento. A política de investimentos de 2022 não sofreu mudanças drásticas, apenas ajustes nos percentuais de alocação”, diz.
O percentual de renda fixa aumentou 10% na média dos planos (são quatro planos além do PGA) e cerca de 73% dos ativos estão nesse segmento, com crédito público e privado para dar estabilidade em ano turbulento e de incertezas na economia. “Esses ajustes procuram dar uma melhor adequação ao cenário econômico e maior liberdade de movimentos entre classes. Mesmo sendo pequena, a fundação tem conseguido utilizar a diversificação para buscar o equilíbrio de seus planos”, explica.
A alocação no exterior, cujo percentual chegou a 10% e hoje está em 4%, garantiu resultados acumulados positivos. “Foi o nosso melhor retorno por algum tempo; reduzimos agora porque o cenário ficou ruim, mas a rentabilidade acumulada é excelente”, lembra Mendina. Nos 25 meses em que a fundação aplica no exterior, a rentabilidade acumulada é de 30%, mesmo considerando o desempenho negativo que trouxe perda de 16,3% nos dois primeiros meses de 2022. O investimento é feito em três fundos condominiais no exterior, com gestores diferentes: um BDR mais focado no consumo americano e dois fundos de renda variável global.
A preocupação em diversificar inclui estudos sobre um possível investimento em ativos do agronegócio, em discussão. “Os olhos estão no mundo mas os pés estão no país e o coração no RS”, brinca Mendina. A entidade tem ainda uma carteira administrada de investimentos imobiliários, terceirizada com a gestora Trafalgar. E mantém 3,5% dos seus ativos aplicados em fundos multimercados estruturados.