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Resultado eleitoral afetará pouco a dose de risco nas carteiras

Antonio Carneiro Alves PreceO componente político, a depender do resultado das eleições de outubro, poderá influenciar o desenho das políticas de investimento dos fundos de pensão para 2023, mas não há expectativa de que haja mudanças expressivas nos percentuais de alocação em risco de mercado, avalia Antonio Carneiro Alves, diretor de Investimentos da Prece.
Para ele, a preocupação com a questão eleitoral foi reprecificada pela percepção de que não haverá guinadas na condução da política econômica capazes de justificar maior ou menor apetite pelo risco de mercado nas carteiras de investimento. “Se permanecer o governo atual, deverá ser mantida a política econômica de Paulo Guedes. Em caso de vitória do ex-presidente Lula, a percepção é de que a possível indicação de Geraldo Alckmin ou, mais recentemente, de alguém do mercado, como Henrique Meirelles, por exemplo, para conduzir a área de economia, inspiraria maior tranquilidade. Tanto é que hoje grande parte do mercado apoia Lula”, diz.
Diante disso e, considerando o atual cenário econômico, ele não vê espaço para que as políticas de investimento de 2023 reduzam muito o risco de bolsa, até porque a bolsa brasileira está barata e tem reagido bem aos indicadores de crescimento econômico mais positivo. Na Prece, que tem entre 23% e 25% de sua carteira aplicados em renda variável, a tendência é de que haja apenas uma pequena redução para que a entidade possa direcionar mais recursos à renda fixa. “O juro tende a permanecer elevado por algum tempo, o que nos permitirá surfar durante mais tempo os ganhos nessa classe. Se reduzirmos um pouco a bolsa será apenas para poder diversificar mais”, afirma.
A política de investimentos da entidade, entretanto, ainda dependerá dos números indicados pela migração entre planos de benefícios feita em julho passado, e dos estudos de ALM dos planos.