EFPCs tiveram rentabilidade média de 1,08% em janeiro, diz Aditus

Levantamento realizado pela consultoria de investimentos Aditus junto a um grupo de 120 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), com patrimônio somado de R$ 307 bilhões, apurou que o mesmo teve uma rentabilidade média de 1,08% em janeiro de 2023. Representa uma melhora em relação à rentabilidade apurada pelo grupo em dezembro do ano passado, que ficou em 0,53%. No acumulado de 12 meses, até janeiro, a rentabilidade média do grupo é de 9,81%.
O levantamento é feito mensalmente pela consultoria, mapeando os investimentos das EFPCs em 12 classes de ativos, seguindo os padrões de investimentos adotados pela maioria das fundações. Em janeiro deste ano, das 12 classes mapeadas, dez alcançaram rentabilidade positiva e apenas duas tiveram rentabilidade negativa (ver quadro abaixo).
Os três melhores desempenhos do mês foram das classes renda variável passiva, renda variável ativa e exterior renda variável, com 3,57%, 3,43% e 2,32% respectivamente. Já os três piores desempenhos foram das classes fundos imobiliários (FII), fundos de participações (FIP) e renda fixa crédito, com retornos de -1,76%, -0,01% e 0,03%, respectivamente.
Da carteira de investimentos de R$ 307 bilhões em janeiro, 48% estavam em planos BDs, 23% em planos CDs e 29% em planos CVs, mesmos percentuais do mês anterior. Já em relação aos 369 planos, 36% eram BDs, 38% CDs e 26% CVs, também mesmos percentuais do mês anterior
Análise - Na análise da Aditus, “o primeiro mês do ano de 2023 demonstrou uma melhora das perspectivas em relação ao aperto das políticas monetárias nos Estados Unidos e Europa (com) seus Bancos Centrais reforçando o comprometimento com o combate à inflação, deixando em aberto a possibilidade de novas altas nas taxas de juros”.
“No Brasil, apesar dos dados positivos de arrecadação do ano de 2022 e do comportamento da dívida pública, as sinalizações do governo têm gerado muitas dúvidas sobre a trajetória do endividamento. Esse ambiente de maiores incertezas deve prevalecer até que o Ministro da Fazenda apresente um plano que deixe mais clara a dinâmica da gestão fiscal”, analisa o documento da consultoria.
Mas, “mesmo diante de um ambiente de maiores incertezas, a Bolsa fechou o mês positiva, em 3,37%, principalmente pelo fluxo positivo de capital estrangeiro, (enquanto) a curva de juros (continuou) deslocando-se para cima”.
O documento da consultoria destaca ainda o pedido de Recuperação Judicial da Americanas, com dívidas de R$ 43 bilhões em seu balanço. “O mercado de crédito como um todo está atento aos desdobramentos desse caso, avaliando os potenciais reflexos para a classe de ativos”, conclui o documento.