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Governo reduz ruídos mas ambiente ainda é incerto, avalia TAG

BrasileiroFrancisca TAGO apetite do investidor institucional pelos ativos de risco, com a retomada da alocações em renda variável e no exterior em 2023, dependerá de dois gatilhos: a capacidade do Brasil e do mundo para lidar com as pressões inflacionárias, o que determinará o eventual início de um ciclo de queda dos juros e, no ambiente doméstico a definição da âncora fiscal, discussão que deverá ganhar maior clareza nos próximos meses, avalia Francisca Brasileiro, sócia e diretora de investment solutions e business development da TAG Investimentos.
Segundo a executiva, por enquanto, o cenário ainda é mais de observação. No Brasil, a inflação não acelerou mas tem comportamento incerto, agora agravado pela reoneração dos combustíveis. “Os ruídos do lado do governo federal em relação à política econômica perderam força e as ações concretas adotadas até agora afastaram um viés mais negativo, já que o Ministério da Fazenda tem conseguido colocar panos quentes, mas o ambiente ainda é delicado”, diz.
Para os investidores institucionais, é essencial compreender melhor a percepção de risco/retorno e adequá-la ao longo do horizonte de tempo dos seus planos de benefício. “No caso dos 14 institucionais que acompanhamos na TAG – 13 fundos de pensão e uma seguradora -, as alocações em ativos de risco (renda variável) no ano passado foram reduzidas entre 30% e 50% apenas como resultado das migrações feitas pelos participantes dos planos entre os seus perfis de investimento”, afirma.
Esse movimento resultou numa redução importante da parcela de risco no momento em que eles deveriam enxergar as oportunidades de longo prazo, o que prejudicou resultados. ”Isso reflete o comportamento registrado no sistema de previdência complementar como um todo e mostra o mau humor do investidor local em contraste, por exemplo, com a visão do investidor estrangeiro que tem trazido recursos ao País”, diz.
A TAG, que tem R$ 11,5 bilhões sob gestão, R$ 6 bilhões dos quais de institucionais, mantém hoje uma exposição diversificada de investimentos e, no caso de exterior, limita essas posições às estratégias mais diferenciadas em multimercados, preferindo ficar fora de bolsa e renda fixa tradicionais. “Conseguimos crescer mais de 30% em patrimônio e receita em 2022, apesar do ano ter sido desafiador para a gestão ativa, que é o nosso foco”, diz.
A casa aposta agora no crescimento também junto a entidades do RPPS, com a oferta de fundos que trazem soluções mais elaboradas. “Queremos começar a atuar mais junto a esse público, pois já temos dois fundos condominiais com histórico suficiente para isso, adequados aos RPPS. São fundos com histórico principalmente em exterior e posicionamento mais conservador, que tiveram bons resultados da gestão risco/retorno em 2022”, afirma.