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Juro elevado e cenário incerto mantêm a SP-Prevcom na renda fixa

Francis NascimentoCom uma postura mais conservadora e seus ativos de investimento concentrados em 88,8% na renda fixa, a SP-Prevcom enfrenta o desafio de um cenário ainda incerto e vê com pouco otimismo o espaço para redução do juro pelo Banco Central diante das pressões inflacionárias. “Vivemos hoje uma realidade de alocação concentrada na renda fixa, principalmente títulos públicos, que é o mais indicado para superarmos a nossa meta de IPCA mais 4%, uma conjuntura bem diferente do que vivíamos há um ano”, diz Francis Nascimento, diretora de investimentos.
A entidade, que em janeiro de 2022 tinha 7% de seus ativos alocados no exterior e 8% em renda variável, assistiu a uma redução de 50% em sua carteira de exterior, que hoje representa apenas 2,33% dos ativos. “Não aumentamos a participação no exterior e também não aumentamos posições em ações, o que levou a uma queda nos percentuais dessas classes. Como a fundação cresce cerca de R$ 25 milhões na média mensal (R$ 300 milhões por ano) só como efeito das arrecadações, se não houver incremento das alocações em determinados setores, os percentuais são naturalmente reduzidos só por esse efeito.
Desde julho de 2022, cresceu o investimento em títulos públicos indexados ao CDI, em LFTs ou fundos atrelados 100% ao CDI. O risco de crédito privado tem um limite de até 15% na carteira de renda fixa mas, dado o atual cenário dessa classe, o apetite pelo crédito está menor. O investimento em FIPs (Fundos de Investimento em Participações), por outro lado, que hoje tem dois fundos e percentual de 4,8%, ganhou quatro novos fundos que deverão receber aportes em breve, com alocação em diferentes teses. O limite para FIPs na política de investimentos vai até 10%.
“Na bolsa, nossa posição é neutra, sem comprar ou vender nada porque, embora o mercado acredite que possa haver valorização, ainda vemos um cenário desafiador, com muitas dúvidas”, diz. Ela lembra que o mês de janeiro foi bom para a bolsa, mas fevereiro veio como um balde de água fria e será preciso aguardar pelas mudanças que serão feitas pelo governo antes de mudar a postura mais conservadora. “Há uma queda de braço entre o governo e o Banco Central para reduzir a taxa Selic mas não somos muito otimistas. Há espaço para reduzir gradualmente a taxa, mas o BC precisa estar atento à inflação, o que não é tão simples como pode parecer”, avalia.