O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade nesta quarta-feira (3/5) manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. A decisão não surpreendeu os analistas do mercado financeiro, que já esperavam por essa posição. É a sexta reunião do Copom que não mexe na taxa, apesar dos protestos crescentes do governo a favor da redução.
"A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente", diz o comunicado.
O comunicado divulgado pelo Banco Central (BC) ressalta ainda que “o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom, ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho".
Em relação ao ambiente externo, classificado como “adverso”, o comunicado diz que “os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, requerendo contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente".
O BC reconhece que as iniciativas do governo, como a reoneração dos combustíveis e a proposta de novo regime fiscal, “reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal”, analisa o superintendente de Pesquisa Macroeconômica do Santander, Mauricio Oreng. Segundo ele, o documento ressalta que “o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, o que demanda maior atenção na condução da política monetária”.
Para Orenberg, “o Copom mantém a indicação de que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, mas explicita que esse é um cenário “menos provável”.
