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Para Rio Bravo, sinal vermelho da Bolsa acendeu no ano passado

Paulo Bilyk1“Passamos o ano de 2019 mais sóbrios do que a maioria dos gestores em relação à empolgação com a renda variável. No final do ano passado já estávamos preocupados com a Bolsa, que tinha avançado desproporcionalmente vis-à-vis à evolução dos lucros das empresas”, diz Paulo Bilyk, CEO da Rio Bravo. “É verdade que com a queda dos juros o valor dos ativos reais tende a aumentar, mas em geral as empresas no Brasil não estavam melhor do que nos anos anteriores”.
O executivo credita essa sobriedade a dois fatores: “O primeiro é que sou um gestor da velha guarda, escaldado”, brinca. O segundo fator é a proximidade com a China – a Rio Bravo é uma gestora de recursos que faz parte do grupo chinês Fosun, que em 2016 comprou a gestora criada em 2000 pelo próprio Bilyk e por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central. Essa proximidade com a China, segundo Bilyk, fez com que enxergassem a dimensão do problema da epidemia do novo coronavirus antes do que a maioria aqui no Brasil.
Independentemente do vírus, porém, Bilyk acredita que o ano passado estava exagerando na exaltação da Bolsa. “Eu me preocupo com as plataformas de distribuição e casas de pesquisa, que são sell side, pois hoje estão todas no Twitter, em sites, home broker, disseminando euforia e influenciando pessoas físicas que passam a achar que investimento é como casa de apostas. Isso tem que ser melhor regulado, precisa ser usado com parcimônia”, acredita.