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Gestor de fundos imobiliário destaca loteamentos e residencial

TelemacoGenovesiJr1A crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19, que afeta vários segmentos do mercado de capitais, tem sido particularmente severa na área imobiliária. Contratos de aluguel estão sendo renegociados e, com a recessão que deverá ocorrer após o fim da pandemia, muitos locais ficarão vagos. Em consequência, há espaço para arbitragem com várias ativos desse segmento, afirma o ex-presidente da GGR, Telemaco Genovesi Jr. Ele vendeu a GGR, uma gestora bastante focada no segmento imobiliário, para a Horus em 2018.
Depois da venda, e de passar alguns meses na Horus, ele se mudou para os Estados Unidos no primeiro semestre de 2019 para cumprir uma espécie de ano sabático, com a finalidade de estudar, prospectar e entender novas tendências de investimento do mercado imobiliário de lá, que se aplicariam ao mercado brasileiro.
Genovesi Jr, que está se associando a uma asset local que não quis nominar, volta a operar no mercado brasileiro ainda neste mês ou no próximo, onde pretende pôr em prática algumas dessas novas tendências. Segundo ele, devido à abertura dos spred em várias classes de ativos do mercado imobiliário, será possível oferecer produtos com rentabilidade de IPCA + 12% aos investidores institucionais. “Vai ter fila para investir nesse produto”, afirma.
A base do produto que pretende lançar, já na asset da qual deve virar sócio, serão ativos imobiliários de loteamentos e residenciais. Segundo ele, com a crise da Covid-19 as pessoas passaram a fazer mais home-office e essa é uma tendência que não desaparecerá. “O cara que comprou um apartamento de 30 metros quadrados pensando que era só para morar, que o trabalho aconteceria em outro lugar, começa a entender que a casa e o local de trabalho podem virar uma coisa só”, explica. “Não para todos, mas isso vai acontecer para muitos, e esses vão começar a buscar apartamentos mais amplos”.
Por outro lado, ele analisa que fundos imobiliários de lajes corporativas, de shoppings e de galpões industriais perderam atratividade com a crise. “As empresas locatárias de lajes corporativas, além de pedirem revisão de contratos por causa da crise, passada essa vão entender que podem tocar suas atividades num espaço menor”, explica. “Vale o mesmo para galpões industriais, que com a crise vão ter espaços ociosos”, diz.
Ele esclarece que a situação dos galpões logísticos é diferente da apresentada para os galpões industriais. Enquanto esses últimos vão ter espaços ociosos com a crise, os primeiros estão sendo cada vez mais demandadas por conta do crescimento do e-commerce e das lojas digitais, que também são uma tendência que veio para ficar. Já em relação aos fundos imobiliários de shoppings, ele diz que nos Estados Unidos já se nota que muitas lojas estão voltando para as ruas, onde o aluguel é mais barato e o risco sanitário, na percepção das pessoas, é menor.