A pandemia exigiu ajustes operacionais dos gestores de fundos florestais, obrigados a alterar a rotina de suas equipes de campo que visitam as propriedades onde ficam as florestas. Na Lacan Investimentos, as quase 400 pessoas desse time passaram sem tropeços por um ajuste aos novos protocolos, com um único caso de Covid entre eles. No mercado, o comportamento da celulose ajudou, com uma melhora na margem de preços graças ao câmbio e à maior demanda por celulose de eucalipto para a produção de papel com fins sanitários e higiene pessoal, em alta com a Covid, informa o sócio da casa, Guilherme Monteiro.
No balanço geral até agora, a crise trouxe mais benefÃcios do que malefÃcios a esses veÃculos, reafirmando sua resiliência, estima o gestor. Os dois fundos da Lacan já investidos não sofreram impactos e tiveram devolução de capital em junho. Os fundos de pensão – 34 deles investem em produtos da casa – seguem com demanda firme, embora tenham dado um tempo entre março e maio para entender o que estava ocorrendo no auge da crise. O protagonismo do setor florestal como sequestrador de carbono reforça o apetite dos institucionais que procuram alternativas rentáveis e adequadas aos princÃpios ASG.
O segundo fundo da Lacan, iniciado em 2016, está em fase final de investimentos e deve chegar ao final de 2021 com 100% do capital endereçado. O terceiro fundo, com projetos diversificados e um dos focos em biomassa – etanol de milho -, iniciou captação em março e completou a primeira tranche antes do impacto da pandemia. A segunda tranche está sofrendo os efeitos da crise mas os road-shows remotos estão funcionando bem e a expectativa é de captar R$ 300 a R$ 400 milhões até o final do ano, diz o gestor de produtos alternativos da Lacan, Guilherme Ferreira. Os preços do etanol, que preocuparam no inÃcio da crise, já voltaram ao normal. Outro projeto do fundo está ligado à produção de celulose destinada à indústria de embalagens, um dos segmentos que foram turbinados pela pandemia e pela delivery de produtos.
