Mainnav

Para Urca, demanda por fundos imobiliários continua aquecida

Caio BrazUrcaA inflação já atingiu de maneira mais expressiva os incorporadores e construtores no Brasil mas ainda não chegou aos compradores de imóveis, movimento que ainda está para acontecer. “As margens dos incorporadores e construtores já caiu e em algum momento o custo da inflação será repassado aos preços dos imóveis, o que é ruim, mas o investimento no mercado imobiliário continua atrativo”, avalia o sócio e gestor da Urca Capital Partners, Caio Braz.
A casa espera atingir R$ 420 milhões sob gestão em seu primeiro FII, voltado a certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e que está em fase de oferta. A estratégia foi lançada em janeiro de 2020, tinha patrimônio de R$ 164 milhões segundo o último relatório e valor de mercado de R$ 200 milhões. O lastro é em ativos pulverizados com foco em empreendimentos residenciais e na compra de recebíveis imobiliários residenciais.
Os “fundos de papel” têm sentido demanda crescente e os projetos de desenvolvimento imobiliário seguem aquecidos, com captação em alta junto aos investidores em 2021, o que também sinaliza um ano de 2022 forte para o segmento, avalia Braz. Uma das vantagens desse tipo de FII está na sua capacidade de manter o apetite do investidor porque tendem a performar sempre com relativa estabilidade em momentos de maior pressão no mercado. “É uma vantagem adicional em relação à alocação em imóveis de tijolo, como galpões ou escritórios, em que as corporações tendem a buscar renegociar valores quando a inflação sobe muito. Nos recebíveis, é mais difícil essa busca pela renegociação”, lembra.
Fora do segmento de FII, a Urca prepara o lançamento no mercado local de um veículo de investimento para exterior, lastreado em ativos imobiliários financeiros. “Vamos fazer isso por meio da nossa companhia imobiliária off shore que investe na compra de imóveis nos EUA, num modelo equivalente à securitização de recebíveis aqui e que será mais parecido com o nosso fundo de renda”, conta Braz.