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Jive terá FII listado e passará a prospectar imóveis das EFPCs

Diego FonsecaJiveA Jive Investments, plataforma integrada de gestão de ativos alternativos que tem R$ 8 bilhões sob gestão, com mais de R$ 1 bilhão investidos em imóveis, deve lançar dentro dos próximos três meses o seu primeiro fundo de investimento imobiliário listado em Bolsa, um FII high yield. O objetivo é explorar o expertise da casa, que tem forte atuação na recuperação de créditos e na gestão de ativos imobiliários distressed. “O FII já está com o desenho bem adiantado, com risco pulverizado e porfólio resiliente”, explica o sócio Diego Fonseca. A gestora faz originação, aquisição e recuperação de créditos inadimplidos (NPL), de imóveis em situações complexas, ativos judiciais e outros ativos considerados distressed.
A gestora surgiu há onze anos para comprar créditos inadimplidos (vencidos) do banco Lehman Brothers e passou a reciclar capital de outras carteiras, o que lhe permitiu montar um portfólio de imóveis físicos recebidos em pagamento e aumentar gradualmente sua linha de ativos imobiliários. Depois de cinco anos atuando para recuperar os imóveis recebidos, penhorados, com pendências judiciais ou invadidos e outros que sofriam de contaminação ambiental ou tinham algum outro tipo de problema, o time cresceu em capacidade de gestão e monetização dos imóveis e a partir de 2018 passou a investir mais na compra de carteiras de grandes bancos nacionais privados e a adquirir ativos de vendedores em distressed.
Atualmente a Jive utiliza uma estrutura de fundos multimercados para consolidar ativos imobiliários e de crédito distressed. São mais de 2.500 imóveis geograficamente diversificados pelo Brasil, com valor somado de mais de R$ 1 bilhão, além de cerca de seis mil créditos de vários perfis. “A alocação é feita em diferentes classes de ativos distressed, com flexibilidade para dividir os fundos por safras. Os ativos de real estate podem chegar a representar até um terço do fundo e o restante é alocado em ativos judiciais, precatórios, direitos creditórios judiciais e ativos de empresas startups que geram tecnologia para recuperação de crédito”, informa o sócio de real estate, João Oliveira.
Segundo ele, o mercado imobiliário ainda oferece oportunidades, mas as altas dos juros e dos preços dos imóveis sinalizam dificuldades à frente. “O juro preocupa e, mais do que isso, preocupa a alta do INCC (Indice Nacional da Construção Civil) conjugada com a escassez de insumos, que vai elevar os preços de imóveis sem que a renda das pessoas suba”, diz Oliveira.
EFPCs - A casa, que recentemente aportou R$ 95,2 milhões para se tornar o maior acionista minoritário da inGaia, proptech (property technology) que conecta imobiliárias e corretores de imóveis em nível nacional, começa agora a prospectar o mercado de imóveis físicos das carteiras dos fundos de pensão. As EFPCs devem vender esses ativos até o ano de 2030. “Nós olhamos essas carteiras como um todo, sem escolher “os melhores”, porque temos expertise para vender não apenas os imóveis “prime” mas também os menos óbvios ou mais deteriorados”, explica o gestor.