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Fundos tiveram captação líquida recorde em 2021, de R$ 369 bi

grafico 5Os fundos de investimento tiveram captação líquida de R$ 369 bilhões no ano passado, fechando 2021 com um patrimônio líquido de R$ 6,85 trilhões segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). É o melhor resultado em termos de captação líquida desde 2002, quando iniciou-se a série histórica.
O principal puxador de recursos foram os fundos de renda fixa, com captação líquida de R$ 215,2 bilhões no ano. O resultado ultrapassa a média dos últimos dez anos, sendo também recorde da série histórica.
“Com as altas da Selic, em decorrência do aumento da inflação em 2021 e as incertezas fiscais, notamos uma maior aversão a risco dos investidores e, consequentemente, uma retomada aos fundos de renda fixa. Do outro lado, observamos algumas perdas nas classes mais arrojadas, como multimercados e ações”, afirma Pedro Rudge, diretor da entidade.
Os multimercados e fundos de ações, embora tenham fechado o ano no azul, com captações líquidas de R$ 59,6 bilhões e R$ 201 milhões, ficaram bem aquém das posições de 2020, com saldos positivos de R$ 104,5 bilhões e R$ 73,3 bilhões, respectivamente.
“A classe de ações vem apresentando bons resultados desde 2018. Mas no primeiro semestre do ano passado tivemos um movimento concentrado de mercado que impactou esses fundos, com um resgate de R$ 43,9 bilhões, e na segunda metade do ano a alta da taxa de juros e o recuo do Ibovespa afetaram o ritmo de captação da classe”, explica Rudge.
Já os fundos de previdência, os ETFs e os fundos cambiais tiveram captações líquidas de R$ 12,9 bilhões, R$ 9,1 bilhões e R$ 824 milhões, respectivamente.
Os FIDCs também apresentaram saldo positivo de R$ 77,1 bilhões, embora 56,8% dos recursos referem-se a aportes concentrados de um único fundo da classe. Os FIPs tiveram resgates líquidos de R$ 6,1 bilhões no período.

Contas - Em número de contas, as maiores variações positivas foram dos FIPs, ETFs, FIIs e FIDCs, com altas de 96,3%, 91,5%, 60,1% e 41,2%, respectivamente. “Essa evolução está relacionada à atratividade dos produtos sofisticados no começo de 2021, com a Selic em patamares mais baixos, e também à maior comercialização destes fundos pelas plataformas de investimento”, Avalia Rudge.
As contas de multimercados cresceram 34,3%, enquanto as de fundos de ações tiveram alta de 10,8% e as de renda fixa de 4,8%. Quando olhamos a indústria como um todo, o número cresceu 20%, atingindo 30,5 milhões de contas.

Rentabilidades – Os maiores retornos do ano ficaram com os fundos de renda fixa duração baixa grau de investimento (com, no mínimo, 80% investido em títulos públicos), que valorizaram 11,8% na média. Todos os outros tipos da classe renda fixa tiveram rentabilidades positivas.
Os multimercados investimentos no exterior (como pelo menos 40% do patrimônio alocados em ativos externos) e trading (fazem operações em diversas classes de ativos, explorando oportunidades no curto prazo) tiveram retornos médios de 5,7% no ano, cada um deles.
Já os fundos de ações, de todos os tipos, tiveram resultados negativos no acumulado do ano, impactados pela queda de 11,9% do Ibovespa. O menos impactado foi o de ações investimento no exterior, que teve rentabilidade negativa de 2,57%.