Mainnav

Solis, especializada em FIDCs, tem crescimento de 50% em 2021

Ricardo Binelli SolisCom um crescimento de 50% no patrimônio total sob gestão em 2021, que passou de R$ 4 bilhões para R$ 6,2 bilhões, a Solis, gestora especializada em fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), vê o ritmo de captação acelerar como consequência da alta da Selic e da precificação mais competitiva dessa classe. A demanda vem de assets, fundos de pensão e family offices. “A demanda do investidor está francamente retornando para a renda fixa e para o crédito estruturado de maneira mais assertiva, por conta da Selic mais atraente e do maior prêmio dos FIDCs”, explica Ricardo Binelli, sócio e responsável pela gestão de produtos de crédito estruturado.
Em janeiro de 2022, a captação voltou a crescer e a casa fechou o mês com R$ 6,4 bilhões sob gestão. “Os fundos de pensão ainda não começaram a nos provocar este ano, mas os family offices e assets já nos pedem mais FIDCs. O cenário é construtivo do lado da captação e a expectativa é de que venham mais pedidos também dos institucionais nos próximos meses, passado o período de organização anual da alocação das fundações”, acredita.
Os retornos dos fundos da gestora chegam a CDI mais 3% ou 3,5% ao ano. “Considerando a Selic no patamar de 12%, isso dá um rendimento nominal de quase 16% ao ano e rompe o número mágico de 1% ao mês, um patamar especialmente significativo para o investidor pessoa física”, diz. A projeção de inflação mais confortável este ano, por sua vez, sinaliza juro real também atraente, o que faz sentido para os institucionais. Para as fundações, o segmento tem crescido como alternativa de diversificação na renda fixa, complementando as carteiras de títulos públicos.
Os FIDCs conseguiram repassar a alta da Selic às taxas cobradas na originação dos créditos, o que trouxe maior retorno, e também pulverizaram mais suas carteiras, além de reforçar a cobrança. “O ano passado foi bom para todos os FIDCs mas 2022, por ser um ano eleitoral, traz a expectativa de alguma retração do crédito bancário, o que abre mais espaço para os fundos de recebíveis crescerem como instrumentos de financiamento, principalmente junto às pequenas e médias empresas”, afirma. A inadimplência média nos FIDCs investidos pela casa caiu de 4,71% em janeiro de 2021 para 3,73% em dezembro e, nos créditos vencidos, esse índice saiu de 5,8% para 5,23% no mesmo período. O seu principal fundo com foco em FIDCs mantém alocação em 58 dessas carteiras. “Com uma carteira mais pulverizada, há maior propensão ao pagamento dos créditos porque as dívidas são menores”, explica.
A Solis, que lançou em 2021 um fundo de fintechs que oferecem crédito parcelado para pessoas jurídicas, reforça sua aposta nesse tipo de operação porque considera inevitável a continuidade do aumento do crédito fora do sistema bancário. “Estamos conversando com as fintechs e também com FIDCs que operam duplicatas pois há uma perspectiva positiva de originação”.