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Para André, valorização dos ativos de risco neste ano foi pontual

Carlos AndreSantanderPara o CEO da Santander Asset Management (SAM), Carlos André, a boa performance dos ativos de risco brasileiros desde o início deste ano foi alavancada pela entrada no mercado do investidor estrangeiro, de ôlho nas oportunidades de curto prazo dos ativos locais. Segundo o executivo, o investidor estrangeiro comprou Brasil pela atratividade do País via a vis outras economias emergentes.
Entre as atratividades que alavancaram os ativos de risco no Brasil, segundo o CEO da SAM, estão a taxa de juros brasileira que tornou-se uma das mais altas do mundo, além de um valuation baixo, em dólar, das empresas locais listadas em bolsas, e a presença nas bolsas de companhias estratégicas do setor de commodities —cujo up-side coincidiu com o início das tensões entre Rússia e Ucrânia. “O Brasil abriu o ano melhor do que se imaginava, mas não acho que essa tendência tenha uma perspectiva sustentável”, avalia André. “Acho que foi um crescimento pontual”.
Outro argumento apresentado por André para justificar seu ponto de vista, de que o crescimento dos ativos de risco brasileiros foi pontual, é o aumento da taxa de juros norte-americana em 0,25 pontos percentuais na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), em 16 de março último. É a primeira alta dos juros nos EUA desde 2018. André acha que as altas dos juros norte-americanos tendem a se tornar mais amplas, devido ao aumento da inflação naquele país, e isso irá atrair capitais internacionais que estão nos países emergentes. “Com o aumento da inflação nos Estados Unidos, a correção dos juros também será maior”, diz. “Parte do capital internacional tende a sair das economias emergentes”.