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Sparta cresce com estratégias de crédito em cenário instável

Ulisses NehmiSpartaA Sparta, gestora especializada em fundos de renda fixa e crédito privado, viu o seu total sob gestão mais que dobrar em 12 meses, passando de R$ 3 bilhões em junho de 2021 para R$ 6,2 bilhões em junho deste ano. Como outras gestoras com foco em renda fixa e crédito, a Sparta surfou a onda da Selic em alta e da instabilidade do cenário global, que afastou investidores dos ativos de risco.
Segundo o CEO da Sparta, Ulisses Nehmi, a gestora aproveitou para crescer em crédito privado. “Crescemos com o mercado pagando prêmios de risco que consideramos saudáveis, superiores à sua média histórica e sem voltarem aos níveis pré-pandemia, porém agora em níveis sustentáveis, sem exageros”, diz.
Dos R$ 6,2 bilhões em asset under management (AUM), cerca de R$ 2 bilhões seguem a Resolução CMN 4.994, com 30% dessa parcela provenientes de fundos de pensão. A casa mantém tanto estratégias indexadas ao CDI como à inflação. “Embora a demanda por crédito privado tenha crescido com força nesses 12 meses, não é um movimento eufórico, o que é bom para dar sustentabilidade ao mercado”, afirma.
Entre as fundações, segundo ele, as principais demandas são por estratégias indexadas à inflação, que capturam retornos dos títulos públicos atrelados aos índices inflacionários além de um expressivo spread de crédito, e pós-fixadas, que atraem os planos previdenciários de perfil mais conservador e têm garantido desempenho acima das metas atuariais.
De acordo com o gestor, as perspectivas seguem positivas para o crédito, uma vez que os níveis de alavancagem das empresas não estão tão elevados quanto em outros períodos de aperto monetário, o que sinaliza uma situação menos grave em relação ao aumento do risco ligado à qualidade do crédito. De todo modo, na opinião de Nehmi, o momento é propício para investir em crédito high grade (ativos com grau de investimento), além de em carteiras bem pulverizadas.
A trajetória da Selic ainda é uma incógnita, avalia Nehmi, uma vez que o Banco Central decidiu fazer uma pauta nos movimentos de alta sem que as expectativas inflacionárias estivessem ancoradas. “O BC fez uma pausa para analisar o impacto do choque superior a onze pontos percentuais que já aplicou à Selic, mas os seus movimentos futuros vão depender muito do comportamento global da inflação”, diz.
A gestora avalia, em seu pipeline, novas opções de fundos atrelados à inflação que possam capturar ganhos em ambiente de juros altos e lançou, em dezembro passado, um fundo de renda fixa, listado em bolsa, para investir em infraestrutura. “Tem a vantagem, sob o ponto de vista da gestão, de ser um condomínio fechado, e portanto não suscetível a resgates, com arcabouço robusto e conservador e ativos de energia, rodovias e saneamento”, informa