O cenário de investimentos, neste momento, segue dominado pelo panorama de recessão no exterior, com atenção particular aos movimentos do Federal Reserve, agora com os juros dos tÃtulos do tesouro americanos mais próximos do patamar de 5%, avalia Bruno Marques, gestor da estratégia multimercado/macro da XP Asset. Junto com a mais recente elevação da taxa de juros no mercado norte-americano, em 0,75 ponto percentual em setembro, o Fed sinalizou também a possibilidade de novas altas.
“As economias estão se deteriorando de maneiras diversas em vários paÃses, mas a recessão será bem dura na Europa, o crescimento nos EUA está fraco e até mesmo recessivo, enquanto a China segue em patamares baixos de crescimentoâ€, diz Marques “Em razão disso, estamos com posições vendidas em bolsa nos EUA, que ainda está muito assimétrica, e em euros.â€
As posições mais fortes das carteiras da gestora hoje são aquelas compradas em juros nos EUA, na ponta mais longa. “A Europa tomou todas as medidas erradas e hoje enfrenta uma crise energética sem precedentes, mas os paÃses europeus têm dinheiro e vão comprar gás de qualquer lugar, o que elevará os preços no mundo todo, com um impacto generalizado de custosâ€, afirma.
No mercado doméstico, a visão é pouco construtiva e a casa reduziu expressivamente o risco Brasil, que atualmente está próximo de zero, com pequenas posições compradas em bolsa e em dólar. “Não ficamos confortáveis em ter posições mais relevantes em Brasil neste momento porque, embora a economia aqui tenha andado descolada do cenário internacional, isso deverá continuar apenas enquanto os movimentos globais não forem muito fortesâ€, observa.
Com R$ 5 bilhões sob gestão em multimercados, a asset registra captação positiva na classe em 2022 e prepara o lançamento de mais uma mesa de gestão, especÃfica para as estratégias quantitativas. Além disso, reforça o seu foco em mercados da América Latina. “A mesa de Latam já existe há cinco anos, mas agora estamos lançando uma classe de fundos voltada só para issoâ€, conta Marques.