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Hedge assume a gestão e administração do FII Floripa Shopping

Alexandre MachadoHedgeA Hedge Investments, gestora especializada em fundos de investimento imobiliários (FII) com R$ 8,4 bilhões em ativos sob gestão nesse segmento, foi designada como nova administradora do fundo monoativo FII Floripa Shopping (FLRP11) em substituição à BTG Pactual Serviços Financeiros. A casa passará a ser a responsável também pela gestão do fundo, que mudará de nome para Hedge Floripa Shopping Fundo de Investimento Imobiliário. A operação foi aprovada pelos cotistas em Assembléia Geral Extraordinária (AGE) convocada por solicitação do HGBS11 (Fundo Imobiliário Hedge Brasil Shopping), fundo da asset que detêm mais de 62% das cotas do FLRP11, que por sua vez tem 35,3725% de participação no Floripa Shopping.
“Nós provocamos a operação ao chamar a AGE, embora como cotistas não tenhamos votado. O principal objetivo foi consolidar a nossa estratégia de gestão que é a de participar muito ativamente dos ativos investidos. Como a nossa participação no FLRP11 ocorre por meio de cotas, não temos como estar muito presentes no dia a dia das decisões de gestão, até porque o fundo é minoritário no shopping. Mas entendemos que com a nossa relevância nesse segmento, temos muito a contribuir”, explica Alexandre Machado, sócio na Hedge e gestor de fundos de shoppings.
Além dessa mudança, a AGE também aprovou ajustes no regulamento do FLRP11, entre eles uma nova metodologia de cobrança da taxa de administração, que passaria de 9% ao mês sobre a receita do fundo para 0,60% ao ano sobre o valor de mercado das cotas. “Se a nova metodologia tivesse sido aplicada nos últimos 12 meses, o valor da taxa seria 23% inferior ao que foi efetivamente cobrado", diz Machado. Outro ajuste relevante, avalia o gestor, foi a flexibilização no regulamento de modo a que o fundo, ainda que sendo monoativo, possa vir a comprar participação em imóveis adjacentes ao Shopping Floripa e com os quais esse ativo tem sinergia.
Em ano complicado pela elevação dos juros dos títulos públicos, que competem diretamente com a indústria de FII, a gestora fez duas emissões de fundos de CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e estruturou um fundo de desenvolvimento no segmento de logística, em Varginha (MG). “Os fundos de papel foram os que mais cresceram este ano porque os CRI têm um componente de proteção contra a inflação. No segmento de fundos “de tijolo” focamos mais no aspecto operacional e, no caso dos shoppings, vimos uma resiliência importante no pós-pandemia”, afirma.
Ainda que o fluxo de carros nos estacionamentos siga fraco e o movimento nos cinemas de shoppings seja hoje apenas 50% do que era antes da pandemia, o segmento tem conseguido recuperar resultados. “Há algumas cicatrizes ainda, deixadas pela pandemia, mas os shoppings que já estavam bem consolidados têm ido surpreendentemente bem”, diz.
A Hedge tem ao todo R$ 9 bilhões sob gestão, dos quais apenas R$ 600 milhões estão em uma vertical de alternativos (um fundo multimercado e um Fiagro). Dos R$ 8,4 bilhões em fundos de real estate, R$ 3,1 bilhões estão em FIIs de shopping centers, incluindo agora o novo fundo do shopping Floripa. Os outros três pilares de real estate incluem R$ 2,7 bilhões em fundos de fundos e fundos “de papel”; R$ 1,4 bilhão em três fundos de logística e R$ 1,3 bilhão em fundos de imóveis corporativos.