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Discurso ESG do Brasil agrada investidores globais, diz BNP Asset

Henri Rysman de Lockerente1BNPO mercado potencial para estratégias de investimento sustentável (ESG) ligadas ao Brasil ganhou força junto aos investidores internacionais depois da apresentação feita pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na COP27, avalia Henri Rysman de Lockerente, portfolio manager da BNP Paribas Asset Management, casa que tem R$ 90 bilhões em ativos sob gestão no País, dos quais 54% são de clientes institucionais. "Percebemos uma mudança na disposição desses investidores decorrentes do discurso do presidente Lula na COP27, em que ele destacou o objetivo de combater as mudanças climáticas, agora dentro de um perfil mais alto, e frisou o fato de que o País não precisa desmatar nenhum hectare a mais para ser uma potência do agronegócio”, diz.
Segundo ele, a apresentação deixou claro que o Brasil tem tudo para se tornar uma superpotência verde, e isso aparece inclusive nas reações de países europeus como a Noruega e a Alemanha na retomada de financiamento ao Fundo Amazônia, suspenso em 2019. “Essa rápida reação inicial mostra o grande potencial para destravar a vinda de muitos investidores interessados em estratégias ligadas ao tema ESG, em especial às questões climáticas e a transição energética”, avalia.
Seis meses depois de ter tido o seu primeiro fundo classificado com o sufixo IS (Investimento Sustentável), que foi também o primeiro do mercado brasileiro a receber essa nomenclatura, a asset opera dois fundos nessa categoria, um de crédito privado e um fundo master que investe em debêntures incentivadas de infraestrutura. E aguarda a aprovação, pela Anbima, do seu terceiro produto IS, que será um fundo de investimento em ações. “Nossos dois fundos IS somam R$ 2 bilhões de patrimônio e pelo menos 10% desse volume veio de seguradoras européias com filiais no Brasil e que precisam ter suas carteiras alinhadas à regulação internacional de ESG”, informa Lockerente.