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RBR Asset reforça sua aposta em REITs no mercado norte-americano

Stephanie CamachoA RBR Asset Management, gestora independente especializada em ativos reais (imobiliários e infraestrutura) com R$ 8 bilhões sob gestão, dos quais 15% são de clientes estrangeiros, aposta na oportunidade aberta pela desvalorização dos ativos imobiliários nos Estados Unidos nos últimos anos. Os REITs (Real Estate Investment Trusts) chegaram a um patamar muito baixo de precificação, explica Stephanie Camacho, sócia e responsável pelo RI. “Esses fundos foram muito afetados desde a pandemia e chegaram ao ‘low do low’â€, diz. “Sua precificação estava errada“, diz.
No final de 2022, abalado também pela alta do juro americano e pela perspectiva de recessão, o benchmark de REITs fechou o ano com resultado negativo de 26%. Nesse cenário, a casa vê uma janela de oportunidade para aproveitar as assimetrias desse mercado e os preços, que têm descontos expressivos.
Com dois veículos que replicam a mesma estratégia - seja pela compra de REITs diretamente ou via BDRs nível I -, com ou sem exposição cambial, a asset decidiu desde o ano passado ampliar seu crescimento internacional, que passou a ser o principal foco de expansão.
A aposta no mercado americano foi reforçada com a abertura do escritório em Nova York e com a chegada de um novo sócio, Ricardo Costa, responsável por novos negócios internacionais da RBR USA. “O ano de 2022 foi bastante duro para o mercado público (onde são negociados os REITs) nos EUA, que caiu muito mais do que o mercado privado, e por conta disso o ponto de entrada dos REITs é ótimo hojeâ€, diz Costa.
Ele lembra que há uma frente do mercado que projeta cenário de restrições mais duradouras à atividade econômica nos EUA porque a pressão inflacionária não cedeu, mas outra frente, mais robusta, prevê a retomada da economia em 12 a 18 meses porque o consumo este ano já arrefeceu. “Se o Federal Reserve interpretar que a inflação está sob controle, os juros tendem a cair e isso pode dar um boost na economiaâ€, afirma.
Entre as vantagens da exposição aos REITs, ele lembra que esse é um mercado grande e dinâmico, que gera oportunidades nas duas pontas do ciclo econômico porque nos EUA é difícil a liquidez secar mesmo em cenário difícil. “Ao longo de 18 meses vendemos cinco ativos no mercado privado, sem dificuldade de acesso a créditoâ€, diz.
Outro fator positivo é a gestão ativa da carteira, que avalia empresas e sua atuação em setores e mercados específicos, reforçando a diversificação. Embora a carteira esteja concentrada nos EUA, há papéis de empresas de logística que operam também na Europa e na América Latina, por exemplo.
Em 2022, os dois fundos - RBR Reits US Dolar FIC FIA BDR Nível I e sua versão em reais - tiveram retornos negativos embora tenham ficado acima do benchmark. A carteira tem hoje 14 ativos e exposição a diferentes setores e ativos nos EUA e no mundo. Seu objetivo é entregar retornos superiores ao índice de referência, o MSCI REITs a longo prazo.