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Estudo do FMI pede mais regulação sobre finanças não bancárias

moedas graficosO segmento de fundos de pensão, assim como outros setores de finanças não bancárias, está na mira de regulamentação do Fundo Monetário Internacional (FMI). O órgão publicou um estudo no qual constata que o setor não bancário, que representa metade dos ativos de todo o sistema financeiro mundial, deveria ser regulado com mais rigor para proteger a estabilidade da economia global. Segundo o estudo, 12% do total de ativos globais estão em posse dos fundos de investimentos (US$ 58 trilhões), 9% estão nas mãos dos fundos de pensão (US$ 43 trilhões), 9% das seguradoras (US$ 40 trilhões), 1% dos veículos de finanças estruturadas (US$ 6 trilhões) e 1% dos hedge funds (US$ 6 trilhões).
Segundo o estudo do FMI, nos anos que se seguiram ao colapso de Wall Street, em 2008, os governos promoveram o crescimento econômico mantendo os juros baixos e reforçando a supervisão dos bancos tradicionais. Isso teria levado trilhões de dólares em ativos financeiros para as mãos de hedge funds, seguradoras, fundos de pensão e outros segmentos fora do setor bancário que podem fazer investimentos mais arriscados em busca de lucros, mas com menos salvaguardas e escassez de dados disponíveis do tipo necessário para supervisão.
Segundo o documento, a alavancagem financeira dos fundos de investimentos é baixa mas torna-se média nos títulos públicos com exposição a derivativos, a dos fundos de pensão é baixa mas torna-se média em locais com planos de benefício definido, a das seguradoras é classificada como baixa e a dos veículos de finanças estruturadas e dos hedge funds é apontada como alta/média.
Em relação ao risco de liquidez, os fundos de investimento são classificados como tendo alto risco nos fundos de renda fixa com posições em mercados emergentes, os fundos de pensão são de baixo risco mas podem ter alto risco em locais com planos de benefício definido, as seguradoras são de baixo risco e os veículos de finanças estruturadas e os hedge funds são de médio risco.
Na avaliação do FMI, em tempos de inflação alta, um estresse de mercado pode levar os bancos centrais a ter que fazer escolhas difíceis entre objetivos contraditórios: por um lado, a necessidade de apertar a política monetária para manter os preços sob controle, e por outro lado ter que estabilizar instituições ou mercados com injeções de dinheiro.
A conclusão do documento é que os intermediários financeiros não bancários “precisam ser regulamentados e supervisionados de vários ângulos diferentes”.