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Fundos têm o pior 1º trimestre em cinco anos, com saldo negativo

Grafico quedaO setor de fundos de investimento fechou o primeiro trimestre do ano, pela primeira vez em cinco anos, com resgates líquidos. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a diferença negativa entre captações e resgates foi de R$ 82,1 bilhões no período.
Com exceção dos Fundos de Investimento em Participações (FIPs), que tiveram captação líquida positiva de R$ 3,4 bilhões, no primeiro trimestre deste ano todas as classes de fundos apresentaram resgates líquidos. Os multimercados e os fundos de ações lideram o movimento de saída, com resgates líquidos de R$ 37,4 bilhões e de R$ 23,9 bilhões, nesta ordem, seguidos pelos fundos de renda e fundos de previdência, com saldos negativos de R$ 12,2 bilhões e R$ 5,2 bilhões, respectivamente. Também apresentaram saldos negativos os fundos de direitos creditórios (FIDCs), Exchange Traded Fund (ETFs) e fundos cambiais, com resgates líquidos de R$ 3,2 bilhões, R$ 2,2 bilhões e R$ 1,3 bilhão.
Para o diretor da Anbima, Giuliano De Marchi, o atual cenário de juros altos faz com que os fundos percam espaço para a renda fixa, principalmente para os produtos isentos de imposto de renda. Levantamento da Anbima mostra que, em 2022, houve crescimento de quase 70% (R$ 300 bilhões) no volume investido em títulos isentos.
Ele, entretanto, não vê o período apenas pelo lado negativo. “Ao olhar a captação negativa, a primeira impressão é que foi um trimestre inteiramente ruim. Mas a indústria cresceu em patrimônio líquido e em número de contas, de gestoras e de fundos. Isso mostra que existe demanda”, aponta De Marchi. Segundo a Anbima, o setor fechou o trimestre com patrimônio líquido de R$ 7,5 trilhões, mais de 35,4 milhões de contas e um crescimento de 842 para 928 no número de gestoras.