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Os passos seguros da Jive rumo à diversificação de estratégias

FerreiraGuilhermeJiveA Jive Investments, gestora conhecida por alocar em ativos de crédito estressados (distressed), tem dado passos consistentes na direção da diversificação. Em maio do ano passado ela se fundiu com a Mauá Capital, gestora focada em crédito imobiliário, abrindo uma nova estratégia para complementar sua grade de produtos. Além disso, em janeiro do ano passado lançou o fundo Bossa Nova, um high yield que não compra ativos de emissões públicas mas busca empresas que têm necessidade de capital combinada com garantias que permitem determinar um alto índice de recuperabilidade dos créditos.
“Esse caminho na evolução entre os ativos distressed e os high yield é interessante”, analisa o sócio da Jive Investments, Guilherme Ferreira. Segundo ele, o Bossa Nova já tem R$ 700 milhões em AUM e desde sua criação, em janeiro de 2022, “não teve nenhum caso de inadimplência”. Ferreira explica que uma inadimplência seria improvável, uma vez que o fundo só aplica em operações estruturadas na própria casa.
Dos R$ 16,9 bilhões que a casa tem atualmente sob gestão, cerca de R$ 10 bilhões são da estratégia original de ativos distressed e special situation, incluindo o mais recente fundo dessa estratégia, já com R$ 1,9 bilhão mas que a gestora avalia ter potencial para chegar a R$ 4 bilhões ou R$ 5 bilhões. Outros R$ 5,5 bilhões vieram dos fundos de perfil high grade em crédito imobiliário, e o restante são de outras estratégias incluindo o Bossa Nova.
Segundo Ferreira, os institucionais estrangeiros já representam 45% do passivo da gestora – fundos soberanos, fundos de pensão internacionais, endowments e a IFC, que está agora em diligências com fundos de pensão locais para o fundo Bossa Nova. “Eles têm demonstrado curiosidade em conhecer o investimento em ativos que têm baixa correlação com outros ativos financeiros”, diz o executivo.

Balanço – Segundo Ferreira, o ano de 2022 começou muito otimista, com grandes captações inclusive em venture capital e private equity, mas isso mudou rápido com o fechamento da economia chinesa e a guerra na Ucrânia, analisa o sócio da Jive Investments, Guilherme Ferreira. Além disso, internamente veio a inflação e com isso os juros altos e a retração do crédito, resume o executivo da gestora que é especializada em fundos que alocam em ativos de crédito estressados (distressed).
Segundo Ferreira, a deterioração do quadro econômico global e dos indicadores de inadimplência e de endividamento, agravados pela inflação e pelo aperto monetário crescente, tiveram reflexo direto no aumento da demanda dos investidores por esse tipo de fundo e também por FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios).
O ambiente criou uma oportunidade excepcional, a partir de maio do ano passado, para a expansão das carteiras desses fundos. “Até maio havíamos investido cerca de R$ 400 milhões mas a partir daí, com as empresas em maior necessidade de se desfazerem de ativos, fizemos R$ 3,2 bilhões no resto do ano, ou seja, 8/9 do total do que investimos foi no período pós-maio”, afirma.