A Resolução CVM nº 175, que estabelece novo regramento para a indústria de fundos de investimento no Brasil e começará a vigorar a partir do próximo dia 2 de outubro, abre espaço para que os gestores dos fundos trabalhem com maior diversidade de cotistas, o que pode melhorar muito a gestão ao trazer mais recursos para as carteiras. A avaliação é de Sérgio Cutolo,sócio da BTG Pactual Asset Management, responsável pela área de custódia. “Outro efeito positivo para os fundos é que o investidor ficará mais protegido porque a base de clientes ficará maior”, afirma.
Como o terceiro maior administrador de recursos no País, com R$ 682,6 bilhões em patrimônio segundo o ranking de julho da Anbima, o BTG Pactual espera um impacto favorável das novas regras que esclarecem e distribuem melhor as responsabilidades de gestores e de administradores. “Para nós é bom, porque as responsabilidades de cada um vão ficar mais claras, com maior transparência e, como isso é feito por fundo, o gestor será o maior responsável”, diz.
Na instituição, a área de gestão já interage dentro do que está sendo trazido pela Resolução 175, mas a área de administração terá que fazer uma adequação maior. “Essa área, contudo, exigiu muito investimento em tecnologia, isso já está dado, e ela não deverá ser reduzida”, informa.
Para Cutolo, que é também vice-presidente da Anbima, a mudança é benéfica para a indústria em geral porque ajuda a resolver a questão da assimetria entre responsabilidade e remuneração dos administradores. “Esse problema fez muitas casas reduzirem sua participação nesse mercado ao longo dos últimos anos”, lembra.
As alterações, porém, têm uma boa dose de complexidade e precisarão ser acompanhadas "com lupa", até porque a maior transparência de todos exigirá clareza total. “A segurança jurídica aumenta para o cotista, mas é uma transformação grande na indústria que inclusive irá requerer da Previc, da Secretaria da Previdência, da Susep e da ANS uma revisão total dos regulamentos, o que já estão fazendo”, diz.
