A Hedge Investments, gestora com R$ 10 bilhões sob gestão e especializada em fundos de investimento imobiliário (FIIs), prepara um fundo de fundos específico para investidores institucionais. “Muitos institucionais preferem fundos com maior liquidez e o nosso novo FoF imobiliário tem resgate em D+90”, explica o CEO e CIO da casa, André Freitas. O fundo terá entre 20% e 25% do patrimônio investido diretamente em CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e o restante em fundos de CRI, fundos de shopping centers, corporativos e logística.
Segundo Freitas, a decisão de aumentar a participação dos CRI nas carteiras reflete a perspectiva positiva para esses papéis, que devem ver sua demanda aumentar ao mesmo tempo em que haverá uma redução na oferta. Isso porque recente decisão do Conselho Monetário Nacional restringiu as regras de emissão e garantias de títulos isentos de imposto de renda, como os CRI e as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e alongou o carrego das LCI e também das LCA (Letras de Crédito do Agronegócio).
A decisão do governo afeta também os CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), limitando os títulos com isenção fiscal que podem ser emitidos por bancos e empresas para compor o lastro dos FII e dos Fiagro, com impacto sobre a rentabilidade.
“Ao restringir o tipo de lastro, a alteração deverá resultar em redução da oferta nesse segmento porque uma LCI ou uma LCA que pague 90% a 95% do CDI não é mais tão interessante”, avalia.
Mas, segundo Freitas, o mercado também projeta um aumento da demanda dos investidores pelos fundos de recebíveis este ano, à medida que a taxação dos fundos exclusivos reduzirá a competitividade de alguns papéis de renda fixa, ampliando o interesse dos pelos títulos incentivados.
“Ao mesmo tempo, a política monetária mais suave vai permitir uma Selic de 9% no final do ano, o que deve ajudar o crescimento do mercado de FIIs como um todo, aumentando sua competitividade”, estima o gestor. Ele lembra que os FII de CRI têm pago dividend yield de 11% a 11,5%, contra taxas de 8,5% a 9,5% nos fundos de “tijolo”.