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Anbima quer separar opinião de influencer de análise profissional

influencerA Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) defende a necessidade de uma diferenciação mais clara entre a opinião dos influenciadores digitais nas redes sociais e as análises e recomendações de produtos financeiros feitas por profissionais certificados. “Apenas profissionais certificados podem fazer análises ou recomendações de produtos ou serviços financeiros. Mas nem todos os influenciadores têm essas qualificações”, afirma Luiz Henrique Carvalho, gerente executivo de distribuição da Anbima.
A diferenciação entre as duas atividades foi uma das sugestões encaminhadas pela Anbima à audiência pública da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que discute a atuação dos influenciadores digitais. As sugestões, discutidas em grupo de trabalho formado por cerca de 20 instituições, foram encaminhadas à CVM na última sexta-feira (1/3).
A entidade também pede que a CVM consolide os entendimentos sobre a atividade do analista de valores mobiliários e que substitua o termo “relatório de análise” por “análise”, considerando que a atividade “é exercida atualmente de maneira mais informal e fluida nas redes sociais até pelos próprios analistas certificados”, explica Carvalho.
As ideias para a consulta pública contemplam ainda uma definição do conceito de recomendação, detalhando o que é promoção implícita ou explícita de produtos e serviços atrelados a vantagens para quem a realiza. Também preveem que o influenciador deixe claro, em seus perfis nas redes sociais, as suas credenciais de analista, consultor e ou assessor, além de seus eventuais vínculos com instituições financeiras, abrindo espaço para a identificação de potenciais conflitos de interesse relacionados.
Em novembro de 2023 passaram a valer as normas da Anbima para a contratação de influenciadores para publicidade de produtos financeiros, que determinam que essa condição de publicidade seja informada, de forma clara, aos seguidores. Além disso, os contratantes desses influenciadores devem ser responsáveis por verificar se os mesmos possuem certificações, caso façam análise ou recomendação.
A Anbima também sugere um debate sobre a diferença entre o trabalho dos influenciadores contratados por instituições reguladas em relação àqueles que são remunerados pelas próprias plataformas digitais em que disponibilizam seus conteúdos.