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Juros em queda devem reaproximar EFPC de fundos de private equity

Carolina RochaPerfinA Perfin Investimentos, gestora com R$ 13 bilhões em fundos de infraestrutura, aposta na necessidade dos fundos de pensão buscarem ativos indexados à inflação para casar com seus passivos atuariais como um fator capaz de reduzir gradativamente a resistência dessas entidades aos produtos de private equity. Atualmente essa resistência ainda existe em muitas entidades, consequência de alguns investimentos alternativos mal estruturados na década passada e que levaram algumas grandes fundações a serem expostas a operações de buscas e apreensões conduzidas pela Polícia Federal.
Assustadas com as repercussões negativas dessas operações, muitas fundações passaram a incluir em suas políticas de investimentos cláusulas de vedação à esse tipo de alocação. “Acho que vamos atravessar um processo de destraumatização do setor nos próximos anos, impulsionado principalmente pela continuidade da queda das taxas reais de juros”, afirma a sócia e diretora de operações da Perfin, Carolina Rocha.
Segundo a executiva, à medida que a taxa de juros real começar a cair abaixo do atuarial das entidades, muitas vão começar a se reaproximar dessa classe de investimentos alternativos, que em geral oferecem rentabilidades mais atraentes. Para ela, a Previc tem jogado um papel importante nesse processo de “desdemonizar” esses fundos alternativos, mostrando que com boa governança eles podem ser um importante componente da rentabilidade das carteiras, como alías já acontece em boa parte dos países mais desenvolvidos.
Dos R$ 13 bilhões que a Perfin possui nessa estratégia de infraestrutura, apenas cerca de 5% foram aportados por fundos de pensão. A grande maioria dos recursos foram captados junto à pessoas físicas, atraídas pela isenção tributária que oferecem aos seus rendimento, algo que não empolga particularmente os fundos de pensão pois o sistema previdenciário fechado já é isento de pagar impostos sobre a rentabilidade dos ativos.
“Mas os fundos de pensão são atraídos por outras características dos fundos de infraestrutura, como o longo prazo e a indexação à inflação, além de rentabilidades bastante atraentes”, explica Rocha. Ela acredita que a participação dos institucionais dentro dos fundos de infraestrutura deve crescer nos próximos anos. 
Rocha explica que os fundos de infraestrutura são uma das três áreas que compõem a Perfin Investimentos. As outras duas são a que se dedica à gestão de fundos de ações e uma que atua no wealth management. No total, as três áreas possuem R$ 32 bilhões em ativos sob gestão.