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Pesquisa da Sitawi mostra avanços nos investimentos de impacto

Leonardo LetelierSitawiA Sitawi Finanças do Bem realizou uma pesquisa junto a 28 representantes de single family offices, multi-family offices e outros assessores não financeiros para tentar entender como esse público lida com temas como investimentos e filantropia. Primeiro apresentou ao grupo uma tabela que divide as aplicações financeiras em várias categorias, começando pelos investimentos tradicionais (sem qualquer preocupação ESG), depois os responsáveis (que usam o ESG para proteger o valor dos investimentos), os sustentáveis (com práticas ESG progressistas) e os de impacto (que atuam em desafios socioambientais), esse último subdividido em duas vertentes: finance first (aceitam atuar em desafios socioambientais mas não abrem mão de retornos financeiros atraentes) e impact first (atuam em desafios socioambientais e aceitam retornos financeiros abaixo do mercado).
Segundo a pesquisa, 61% dos participantes afirmaram conhecer as categorias e já usá-las em suas decisões de investimento; outros 22% disseram entender os riscos, retornos e impactos, mas ainda têm dúvidas sobre o tema; 9% afirmaram que já começaram a avaliar o tema mas gostariam de entender melhor os riscos e impactos; e 9% informaram que já ouviram falar do assunto mas ainda não se aprofundaram.
Segundo o CEO da Sitawi, Leonardo Letelier, todos os representantes de single family offices citam a dificuldade em avaliar o real impacto social ou ambiental do investimento. “O temor de todos é ter seus investimentos associados ao greenwashing, socialwashing. “Apesar de essa representar uma consideração legítima ao avanço dos investimentos de impacto, não pode se transformar numa razão para não avançar”, afirma.
Uma das perguntas feitas aos 28 pesquisados é quanto investem, percentualmente, do patrimônio que administram, em cada uma das categorias apresentadas. Algumas respostas merecem destaque: um deles disse que já aloca mais de 90% dos recursos em investimentos de impacto do tipo finance first; outro disse que aloca de 11% a 25% dos recursos em investimentos de impacto do tipo impact first; 15 deles disseram não alocar nada em investimentos de impacto, seja finance first ou impact first.
Em outra pergunta a pesquisa pedia que indicassem suas intenções de investimento em relação às categorias apresentadas, para o prazo de um a três anos. Dos 28 pesquisados, cinco pretendem reduzir um pouco as alocações em investimentos tradicionais; três querem reduzir muito as alocações nessa categoria; e um quer eliminar totalmente os investimentos tradicionais. Além disso, sete disseram que vão manter as alocações em investimentos tradicionais e apenas um disse que vai aumentar as alocações nessa categoria.
“Notamos que já existem sinais de um crescimento gradual de abordagem de investimento impacto-conscientes”. afirma Letelier. Ele ressalta que, embora as famílias privilegiem a abordagem tradicional de alocação, investimentos de impacto socioambiental estão ganhando terreno.