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Em carta curta e seca, Levy pede demissão do BNDES

O pedido de demissão entregue no domingo 16/6 pelo agora ex-presidente do BNDES, Joaquim Levy, ao ministro da Economia Paulo Guedes, foi curto e seco: "Solicitei ao ministro da Economia Paulo Guedes meu desligamento do BNDES. Minha expectativa é que ele aceda. Agradeço ao ministro o convite para servir ao País e desejo sucesso nas reformas."

Levy recebeu uma descompostura pública do presidente da República, Jair Bolsonaro, no sábado (15/06), transmitida por rede de televisão. Em entrevista a jornalistas Bolsonaro disse que estava “por aqui” com Levy, que tinha nomeado Marcos Barbosa Pinto para a diretoria de mercado de capitais do BNDES, e que se a nomeação não fosse revertida ele próprio, Bolsonaro, demitiria Levy na segunda-feira.

No domingo 16/7 Barbosa Pinto pediu demissão a Levy mas a situação já era insustentável para Levy, que ainda no domingo enviou sua demissão à Guedes. Após receber a carta de demissão de Levy, Guedes justificou o ultimato de Bolsonaro à Levy eplicando que ele estaria “chateado” com a nomeação de petistas para a direção do BNDES. Ele se referia à participação de Barbosa Pinto em governos petistas, pois anteriormente havia exercido a chefia de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007). Fiocca era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Economistas de várias correntes políticas, além de analistas de mercado e empresários, afirmam que as críticas de Bolsonaro não se justificam, uma vez que tanto Levy quanto Barbosa Pinto são quadros técnicos e de carreira no governo, sem envolvimento com políticas partidárias.