O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve nesta quarta-feira (26/10), por unanimidade, a taxa básica de juros da economia em 13,75% ao ano. A decisão do Copom, esperada pelos analistas financeiros, reflete a avalição positiva do órgão em relação ao ritmo da queda da inflação, que caiu -0,68% em julho, -0,36% em agosto e -0,29% em setembro. Em comunicado, o Copom informou que manterá a Selic no patamar de 13,75% ao ano pelo tempo necessário para consolidar o processo de desinflação assim como a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O comunicado afirma ainda que não está descartada a possibilidade de novos aumentos da taxa caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
Essa foi a segunda vez seguida em que o BC não mexe na taxa, que está nesse nível desde agosto último. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021 em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. De março a junho do ano passado taxa subiu 0,75 ponto percentual em cada reunião do Copom, passando a 1 ponto de agosto a setembro e a 1,5 ponto de outubro a fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio deste ano, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.
A nota do Copom destaca como riscos de alta para o cenário inflacionário: 1) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; 2) a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos; 3) um hiato do produto mais estreito que o utilizado atualmente pelo Comitê em seu cenário de referência, em particular no mercado de trabalho.
Já entre os fatores que podem ajudar no processo de baixa a nota do Copom destaca: 1) uma queda adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local; 2) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; 3) a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.
O Copom avalia que a conjuntura, ainda particularmente incerta e volátil, requer serenidade na avaliação dos riscos. Na nota, o órgão diz que “a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual”.