O superintendente da assessoria econômica da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Everton Pinheiro de Souza Gonçalves, avalia que a decisão do Comitê de PolÃtica Monetária do Banco Central (Copom) de manter a Selic em 13,75% ao ano, tomada nesta quarta-feira (26/10), é acertada. “Diante da evolução do balanço de riscos para a dinâmica inflacionária e sem alteração significativa nas variáveis que justificasse uma mudança de rumo da polÃtica monetária, o Copom optou acertadamente por manter a Selic em 13,75% ao anoâ€, diz Gonçalves em nota à imprensa.
Porém, na avaliação de Gonçalves o órgão mostra-se cauteloso ao reconhecer a fragilidade do processo de queda da inflação nos últimos meses. â€Não se comprometendo com uma futura flexibilização, o Copom assinala que a despeito da recente queda na inflação corrente por causa de medidas tributárias, o seu patamar continua elevado e as diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se ainda acima do intervalo considerado como compatÃvel com as metas. Em seu cenário de referência e em relação ao encontro anterior, as suas projeções de inflação do Copom para 2023 e 2024 aumentaram ligeiramente, respectivamente, de 4,6% para 4,8% e de 2,8% para 2,9%. No horizonte relevante, ou o referente ao 2º trimestre de 2024, a projeção de inflação acumulada em 12 meses seria de 3,20%, nÃvel próximo à metaâ€, diz.
O superintendente da assessoria econômica da ABBC prossegue dizendo que “desse modo, ratificamos o entendimento de que apesar da elevada incerteza em torno das premissas e projeções, a manutenção por um perÃodo suficientemente prolongado da taxa de juros real em terreno contracionista favorecerá a ancoragem das expectativas. Diante da conjuntura incerta e volátil, é fundamental que se tenha serenidade na avaliação dos riscos, de modo que os próximos passos possam ser ajustados conforme a evolução do balanço, havendo até espaço para que se possa retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperadoâ€.
