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Adriana Dupita vê sinais de corte de juros no comunicado do Copom

Adriana DupitaBloombergEconomics"A decisão de manter os juros em 13.75% era amplamente esperada, mas há pontos interessantes no comunicado que a acompanhou”, diz Adriana Dupita, economista-chefe para Brasil e Argentina na Bloomberg Economics, sobre a decisão do Copom tomada na data de hoje (3/5). “Há pelo menos dois sinais de que um corte de juros está no horizonte: o reconhecimento de que a nova regra fiscal mitigou parcialmente os riscos fiscais, e a projeção de uma inflação abaixo da meta em 2024 caso os juros sigam no nível atual até lá”.
Na opinião da economista, porém, “dificilmente esse corte virá já na próxima reunião: dificilmente as expectativas de inflação estarão ancoradas nas metas até lá, como deseja o BCB. Do ponto de vista político, a manutenção da referência, ainda que suavizada, a uma possível alta de juros se necessário pode gerar desconforto no governo”.
Segundo Dupita, “caso volte a haver ruído público, isso pode contaminar decisões importantes para o cenário de juros -- como a indicação de novos membros para o BCB e a discussão sobre metas de inflação".