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Despesas com crise levam à emissão de NTN-Bs com taxas mais altas

grafico setaacimaOs fundos de pensão, que nos últimos anos vinham reclamando da queda das taxas de juros das NTN-Bs (Notas do Tesouro Nacional - Série B) a níveis bem abaixo do seu atuarial, já começam a perceber uma inversão dessa tendência. NTN-Bs longas pagando entre 4,5% e 5% já não são uma novidade no mercado. Nesta quarta-feira, 08/04, havia negociações de títulos com vencimento para 2040 a taxas de IPCA + 4,59%, vencimento para 2035 a taxas de IPCA + 4,72%, vencimento para 2055 a taxas de IPCA + 4,76%, todos com juros semestrais.
Com a pandemia do coronavirus o governo está sendo obrigado a emitir títulos para fazer frente às despesas inesperadas gigantescas de combate aos efeitos da crise do Covid 19 na sociedade, tanto na área de saúde quanto na economia, oferecendo taxas atraentes e abrindo uma frente de oportunidades para os investidores de longo prazo. São papéis com liquidez, livres de risco de crédito, e com remuneração acima das metas atuariais dos fundos de pensão.
Segundo a consultoria Consultorys, os fundos de pensão encontram nesses papéis a “oportunidade de trazer segurança a seu portfólio, e, ao mesmo tempo, ter ganhos extraordinários no futuro, apenas replicando o que fazem de melhor, comprar Títulos Públicos Federais”. Em uma análise feita pela consultoria, para aproveitar a oportunidade “é necessário utilizar caixa para investir no momento, não adianta assumir prejuízos atuais em busca de esperança de recuperação, afinal, não é natural uma gestão especulativa nos fundos de pensão”.
Segundo a Consultorys, comandada pelo consultor Dionysio Jorge da Silva, “no cenário atual, as entidades deverão sofrer com uma rentabilidade negativa no 1º trimestre, seja pela exposição aos títulos públicos em MtM (Market-to-Market) ou a Renda Variável, e não há perspectiva em alcançar as metas atuariais até o final do ano. Os controles de mitigação de riscos de mercado como os limites do VaR (Value at Risk), certamente serão extrapolados, em decorrência da volatilidade impressionante que apresentou o mercado financeiro global em 2020”. Na análise da consultoria “essa extrapolação deve ser compreendida pelos Conselhos Fiscais, agente fiscalizador do cumprimento das Políticas de Investimentos das EFPC, devido ao risco sistêmico apresentado”.