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Pessoas físicas investem R$ 4,9 trilhões em setembro

O volume financeiro investido por pessoas físicas chegou a R$ 4,9 trilhões em setembro, representando um crescimento de 8,5% ante dezembro de 2021, quando o total era de R$ 4,5 trilhões. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o varejo concentra R$ 3,03 trilhões do total de investimentos, enquanto o private, que abrange clientes com pelo menos R$ 3 milhões aplicados, representa R$ 1,87 trilhão.
No varejo, a participação do segmento tradicional subiu 10,5% nos primeiros nove meses do ano, chegando a R$ 1,67 trilhão. No alta renda, a variação positiva foi de 10,8%, alcançando patamar de R$ 1,35 trilhão em setembro. Já no private, os clientes de São Paulo representavam R$ 1,07 trilhão em setembro, os do Rio de Janeiro R$ 230,62 bilhões e os de Minas Gerais R$ 89 bilhões.
Na comparação entre os tipos de instrumentos, o destaque ficou por conta dos títulos e valores mobiliários, com alta de 20,9% no ano, somando R$ 2,3 trilhões entre varejo e private. “O crescimento dos investimentos em títulos e valores mobiliários já vem sendo observado desde o período da pandemia, principalmente com o aumento da taxa de juros, que trouxe destaque para produtos como os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCAs (Letras de Crédito Agrícola) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário). Nesse trimestre, a tendência se intensificou”, avalia Ademir Correa, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.

Poupança - A renda fixa segue como principal destino dos investimentos dos brasileiros, concentrando 60,6% do total, enquanto a renda variável responde por 17,6%. A poupança, que representa 19,2% do montante alocado entre todos os produtos, registrou queda 4% na comparação entre dezembro, quando estava no patamar de R$ 989 bilhões, e setembro, quando chegou a R$ 948 bilhões.
“A poupança teve um forte crescimento, principalmente durante a pandemia de 2020/2021, quando foram feitos os pagamentos do auxílio emergencial e os gastos com itens supérfluos diminuíram de forma significativa. Em 2022, observamos uma reversão, após esse período, com captações líquidas negativas a cada trimestre”, analisa Correa.
Os CDBs respondem por 14,1% do total investido por pessoas físicas, seguidos por fundos multimercados, com 13,8%, e ações, com 13,2%. Em uma participação menor (6%), as LCAs registraram aumento de 62,7% no total, com R$ 113,1 bilhões, enquanto os LCIs (3,6%) cresceram 37,7% para R$ 48,8 bilhões. "Por causa da alta de taxas de juros e uma busca por maior diversificação das carteiras, as LCAs e LCIs acabam se mostrando vantajosas pela isenção do imposto de renda”, explicou Correa.

Fundos - O volume aplicado em fundos de investimento cresceu 1,5% no acumulado do ano, chegando a R$ 1,5 trilhão em setembro. A maior parcela está concentrada nos multimercados, com R$ 675,9 bilhões. A participação da classe, no entanto, caiu 1,3% no ano. O recuo em relação ao final do ano passado é explicado pelos resgates no segmento do varejo, que alcançaram R$ 8,9 bilhões nos primeiros nove meses de 2022.
Na renda fixa, onde estão aplicados R$ 497,3 bilhões, tanto o private quanto o varejo registraram aumento do volume, com variações positivas de 21% e 6,7%, nesta ordem. Já a participação dos fundos de ações caiu 11,3% no ano, fechando setembro em R$ 190,4 bilhões, com saída de R$ 6,9 bilhões no private e de R$ 17,3 bilhões no varejo.