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PEC do Estouro e renúncia de Mantega estressam dólar e bolsas

Grafico quedaRepercussões da entrega da PEC do Estouro, como foi batizada a proposta elaborada pela equipe de transição do governo eleito prevendo a retirada do Bolsa Família e de R$ 150 por criança até 6 anos do teto de gastos, fizeram o mercado iniciar o dia de hoje (17/11) com alta volatilidade. A PEC foi entregue ontem pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
A proposta, que embute uma excepcionalidade de R$ 198 bilhões, não prevê um prazo de vidência. Vários parlamentares acham que a PEC deveria estar limitada apenas ao ano de 2023, mas ao não estipular um limite de prazo ela passa a valer por todo o próximo governo e além dele. Esse cenário fez o dólar comercial chegar a R$ 5,53 pouco depois da abertura dos negócios, às 9h, fechando a R$ 5,402, com alta de 0,37%.
Contribuiu para a queda da moeda norte-americana, ao final da tarde, a decisão do ex-ministro Guido Mantega de deixar o governo de transição. Ele alegou que saia em virtude da pressão de adversários “interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo”. Após a decisão do ex-ministro, o dólar reduziu a alta e a bolsa diminuiu o ritmo de queda.
O Ibovespa, principal indicador da B3, fechou aos 109.703 pontos, com recuo de 0,49%. O indicador chegou a cair 2,6% por volta das 13h30, mas recuperou-se ao longo da tarde após a notícia da saída de Mantega do governo de transição.
No exterior, o dólar subiu perante as principais moedas globais após um diretor do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) declarar que os juros dos Estados Unidos continuarão a subir mesmo que em ritmo menor, para segurar a inflação na maior economia do planeta.