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B3 apresenta estratégia de negócios para 2023, em evento próprio

Gilson FinkelsztainB3A B3 realizou nesta terça-feira (13/12) o evento B3Day, seu encontro anual com investidores, durante o qual apresentou a estratégia de negócios para 2023. A companhia afirmou que pretende manter uma evolução constante do core business aliada à expansão e à diversificação dos negócios adjacentes, especialmente em Dados & Analytics, serviços de tecnologia e plataformas.
A estratégia para o core business prevê maximizar os negócios listados e de balcão, com foco na inovação, agilidade, modularização e modernização de plataformas. No pilar de negócios adjacentes, o foco será expandir a presença para novas atividades do ecossistema, explorando as oportunidades dentro dos segmentos de dados, serviços de tecnologia e plataformas.
Uma das novidades da área de negócios adjacentes é a aquisição da Neurotech, empresa especializada na criação de sistemas e soluções de inteligência artificial, machine learning e big data. A compra foi aprovada nesta segunda-feira (12/12) em assembleia de acionistas e ainda precisa ser validada pelos órgãos reguladores. De acordo com o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, a aquisição fortalece a estratégia de diversificação, contribuindo para o crescimento do negócio principal da B3.
Além disso, a atuação integrada da Neurotech com a Neoway, outra aquisição recente da B3 na área de dados, traz oportunidades de sinergias em receita e expansão do mix de produtos, potencializando o desenvolvimento de soluções combinadas e de alto valor agregado, além de um aumento significativo da capilaridade de clientes.
No mercado de listados, o destaque foi para o cenário desafiador enfrentado pelas bolsas no mundo todo em 2022. Apesar da queda no volume de negociações diárias (ADTV) por pessoas físicas, a B3 terminou o ano com desempenho superior ao de outros grandes mercados, como Coreia, Hong Kong e Xangai.
O CEO da B3 destacou o grande potencial do mercado brasileiro de ações e derivativos para os próximos anos. “Tivemos um salto no ADTV de R$ 17 bilhões em 2019 para R$ 30 bilhões em 2022. Temos oportunidades de crescimento, e a indústria tem se sofisticado cada vez mais”, acrescentou.
Para 2023, segundo ele, estão previstas diversas iniciativas no pipeline, incluindo ampliação de produtos internacionais, ambiente experimental para PMEs, BDRs de empresas brasileiras em índices, futuro de cripto, extensão do fractional shares (permitindo ao cliente escolher o volume financeiro que pretende investir, em vez do número de ações) e horário de funcionamento.
“Temos uma oportunidade de expandir a atuação. Não necessariamente deveremos ir para 24 por 7 [funcionamento total em todos os dias da semana]. Mas entendemos que existem demandas pelo aumento de horário de alguns produtos”, afirmou o CEO.
Segundo Finkelsztain, o mercado de balcão, no qual a B3 tem mais de 97% de market share, também vem mostrando evolução consistente. O volume negociado em renda fixa chegou a R$ 8,3 trilhões em 2022, superando o total do ano anterior. No Tesouro Direto, o resultado no acumulado deste ano já é de R$ 87,5 bilhões.
Outro destaque é o mercado de CPRs, que atingiu um recorde de R$ 160 bilhões negociados neste ano. O resultado representa um crescimento de 110% em relação ao ano passado.
O evento terminou com o detalhamento das projeções financeiras da B3 para o próximo ano. Os investimentos previstos no core business para 2023 devem ficar entre R$ 180 milhões e R$ 230 milhões. Para as novas iniciativas, o valor deve ser entre R$ 20 e R$ 60 milhões.