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Economistas da Anbima vêem recuo da Selic e do IPCA para este ano

fernando honoratoO Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) projeta uma Selic a 9,25% ao final de 2024, redução de 0,25 pontos percentuais frente à projeção anterior de 9,50%. Para os economistas, o ritmo de queda de 0,50 pontos percentuais a cada reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deve prosseguir até agosto e a taxa básica de juros deve se manter nesse patamar até dezembro.
“O cenário para a inflação neste início de ano é construtivo, com destaque para os preços dos alimentos, que devem impactar menos o IPCA do que em anos anteriores e, assim, abrir espaço para o Banco Central manter o ritmo de cortes nas próximas reuniões do colegiado. Ou até reduzir ainda mais o ponto terminal dos juros se a inflação e os núcleos permanecerem em uma trajetória confortável”, afirma Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco e coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima.
Em relação aos outros indicadores macros coletados pelo Banco Central, o Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima estima que 2024 fechará com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em queda, Produto Interno Bruto (PIB) em alta e câmbio recuando.
A expectativa dos economistas é que o IPCA de 2024 cai dos 3,9% projetados na última pesquisa Focus para 3,8%, índice ainda acima da meta de inflação estipulada pelo BC para este ano (3%) mas abaixo do seu teto (4,50%).
Para o PIB o grupo prevê uma elevação, passando de 1,6% projetado na última pesquisa para 1,7%. A avaliação dos economistas é que a atividade econômica pode surpreender positivamente, sobretudo devido à demanda doméstica, com o aumento da renda das famílias.
Já no câmbio, a projeção para o dólar ao final de 2024 recuou de R$ 5,00 para R$ 4,90. No cenário externo, uma das questões discutidas é quando o Fed (Federal Reserve) deve iniciar o ciclo de queda dos juros. A maior parte dos economistas das casas estrangeiras avalia que o banco central norte-americano pode diminuir a taxa até julho, sendo que alguns levantam a possibilidade de que a redução possa ocorrer já a partir do início de março.
Na análise da política fiscal, a projeção para o déficit primário foi mantida em 0,80% do PIB. Já a previsão para a dívida bruta do setor público passou de 78,6% do PIB para 78% ao final de 2024.