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BB DTVM e Mirae lançam fundo de ações com exposição à Ásia

ChinaO mercado de ações asiático – com ênfase na China – é o novo alvo dos fundos de investimento off-shore da BB DTVM, que pretende reforçar com isso sua oferta de produtos de alocação global destinada aos fundos de pensão e entidades do RPPS, públicos estratégicos para a gestora. A casa acaba de anunciar o lançamento do BB Ações Mirae Asset Asia Great Consumer Hedge IE, com foco específico no mercado de investidores institucionais.
A estratégia, de gestão ativa e com hedge cambial, replica o fundo Mirae Asset Asia Great Consumer e vai buscar gerar alfa por meio da alocação em papéis de empresas do setor de consumo sediadas na Ásia - exceto Japão -, que tenham presença global.
“A BB DTVM já havia lançado no final de 2020 um fundo de bolsas de países emergentes e temos diversas outras estratégias que podem receber recursos de EFPC e RPPS para alocar no exterior”, informa o gerente executivo de produtos, comunicação e marketing, Isaac Marcovistz. A expectativa é de que a Selic, mesmo sendo elevada este ano, fique no patamar de 5% ao ano, o que torna cada vez mais relevante diversificar em ativos de outras economias e de outros setores produtivos.
Faltava porém que a família de fundos globais da BB tivesse exposição à Ásia e, mais especificamente, à China. A força da economia chinesa e sua capacidade de reação à crise da pandemia tem sido evidenciada pelos indicadores atuais e pelas projeções. “A decisão de apostar na Ásia nos levou a escolher a parceria com a Mirae, grupo coreano especializado naquele mercado, com vasta experiência e que pode explorar melhor as oportunidades da economia local, além de ter um fundo com tracking record de retorno consistente em dez anos de histórico”, observa Marcovistz.
O fundo, domiciliado em Luxemburgo, tem US$ 2,6 bilhões na estratégia global e US$ 1,6 bilhão na estratégia que será replicada aqui, ou R$ 8,5 bilhões. Em dez anos, gerou retorno absoluto próximo a 168,9% em dólar contra 89,12% do benchmark e garantiu cinco estrelas na escala da Morningstar.
Com 20 de seus 32 escritórios concentrados na Ásia, sede em Seul mas equipe de gestão em Hong Kong, a Mirae tem a China como a principal aposta dessa estratégia. Os ativos do país têm peso de 60% no portfolio, seguidos pela India, com 20% e o restante pulverizado entre Coréia, Filipinas, Indonesia e outros. “O fundo está portanto overweight em China em relação ao seu benchmark, o MSCI All Countries Asia ex-Japan, que concentra 50% a 51% de sua carteira em papéis chineses”, explica a business development Latam da Mirae, Débora Cazotti.
A estratégia já existe na América Latina, particularmente no Chile, e este ano a Mirae considerou importante traze-la ao Brasil por meio dessa parceria estratégica, até para que a asset possa crescer no mercado brasileiro, afirma Cazotti.
Ela lembra que a escolha da China não era tão óbvia lá atrás como parece hoje. “Mas sempre acreditamos na economia chinesa e temos uma equipe dedicada lá, acompanhamos as empresas de perto. O interesse setorial está voltado para o crescimento da Ásia com base no crescimento do consumo a médio e longo prazos”. A equipe de gestão acompanha cerca de 250 a 350 papéis e o portfolio atualmente investe em 30 ativos.
O viés de crescimento na região é robusto, sublinha a executiva. O PIB da China deve crescer 6,5% este ano mas até o final de março serão divulgados novos números, ao que tudo indica ainda mais agressivos em relação à retomada econômica. Na Índia, o crescimento do PIB deve ficar acima de 8%.