Com as medidas do governo Trump ou sem elas, o Brasil tem a possibilidade de viver um rally no mercado em 2026 caso o governo consiga se dedicar ao equilÃbrio fiscal, avalia Walter Maciel, CEO da AZQuest. “Este ano ainda seguirá com os mesmos temas que marcaram 2024, com juro alto e muita incerteza interna, com o adicional da volatilidade no exterior. Mas se o mercado tiver convicção de que haverá normas capazes de resolver o lado fiscal, o PaÃs vai voarâ€, afirma.
Maciel enfatiza que, embora as ações estejam mais baratas do que em crises passadas, falta um gatilho para que esse voo ocorra. Mas, por enquanto, o mercado segue adverso aos ativos de risco.
Segundo ele, o ano de 2024 foi mais um de alta volatilidade nos mercados brasileiros, com uma polÃtica monetária mais agressiva e a incerteza gerada pela frustração do mercado com a polÃtica fiscal do governo.
Nesse ambiente, o mais importante para os gestores é estar preparado para crescer, diversificar produtos e ter estratégias capazes de atender à s diferentes necessidades dos investidores. “A diversificação de produtos é fundamental para nós. Temos 18 estratégias hoje, com várias sub-estratégias agregadas, soluções diferentes para investidores com apetites diferentesâ€, afirma Maciel.
Ele acrescenta que os fundos de crédito privado da casa têm sido uma alternativa importante ao risco. “Em agosto fechamos todos os fundos de liquidez diária (D+1) e deixamos abertos apenas os de prazo maior e os de previdência. Os fundos de arbitragem também foram muito bemâ€, diz.
A gestora aposta no crescimento dos seus fundos de Agro, que têm ativos ligados a empresas prestadoras de serviços e não fazendeiros, explica Maciel. “São empresas com melhor governançaâ€, observa.
Em dois anos foram mais de R$ 3 bilhões levantados pela asset nos fundos listados de Infraestrutura, Agro e Fundos Imobiliários. Neste primeiro semestre, a casa espera estar em quatro ofertas de novos fundos.
Para a indústria de multimercados, ele prevê o retorno do crescimento, apesar da crise que atingiu esses fundos e dos fortes resgates sofridos. “Essa indústria não acabou, passou por uma consolidação e vai voltar a crescer mas não terá a mesma proporção que já teve porque perdeu a vantagem comparativaâ€, avalia.