Governança trouxe solidez aos processos
Melhor Relacionamento com Investidor RPPS • Rogerio Zico

Edição 369

A clássica combinação de desafios e oportunidades é invocada pelo sócio da MAG Investimentos, Rogério Zico, ao definir o momento atual. Segundo ele, que é responsável pela área de relacionamento comercial da MAG com os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), a interrupção no corte da taxa Selic e a incerteza sobre os juros norte-americanos criaram incertezas para as carteiras de investimentos dos RPPS, mas os institutos souberam contornar o problema através de alocações crescentes em renda fixa, que sofrem menos com a volatilidade e se beneficiam de uma Selic alta.
“O momento é de muita volatilidade, mas de oportunidades também”, avalia o profissional. Segundo ele, além da renda fixa estar gerando os retornos necessários ao atingimento das metas atuariais dos RPPS, esses regimes também têm protagonizado uma grande melhoria em sua governança nos últimos anos, graças principalmente ao Pró-Gestão, programa de certificação do Ministério da Previdência Social (MPS) que permite aos RPPS certificados em níveis superiores acesso a investimentos vedados aos institutos sem o programa ou certificados em níveis inferiores.
Segundo Zico, “a governança dos RPPS melhorou muito com a implementação do Pró-Gestão, cuja disponibilidade em cursos de investimentos e especializações voltadas para a área de regimes próprios é muito grande”. Ainda de acordo com o profissional, “essa melhoria na governança dos RPPS tem ajudado muito na seleção de parceiros mais adequados e na implementação de processos de investimentos mais sólidos. Isso mudou muito nos últimos tempos”.
Formado em administração de empresas na Universidade Estácio, onde também realizou MBA em gestão empresarial, Zico atua há mais de 30 anos na área financeira. Neste período, acumulou passagens por empresas como Somma Investimentos, Constância, Azimut e Concórdia. O dirigente acredita que os regimes próprios vivem atualmente uma nova realidade, com menos espaços para falhas.
“Temos mais profissionalização. Isso vem acontecendo há pelo menos cinco, seis anos, principalmente pela cobrança de qualificação por parte dos órgãos reguladores em relação aos dirigentes dos RPPS. Como é preciso estar certificado para atuar, isso acaba diminuindo a ingerência política que era bastante generalizada há alguns anos”, afirma.
Zico chegou à MAG Investimentos em fevereiro desde ano, juntamente com Maurício Gallego e Daniel Longo, trio que trabalha junto há cerca de 15 anos. A contratação do trio faz parte de uma nova estratégia da MAG Investimentos, gestora que mostra apetite por ganhar espaço junto aos RPPS. Dos atuais cerca de R$ 16,4 bilhões em Asset Under Management (AuM), quase R$ 1 bilhão seriam recursos de RPPS.
Segundo Zico, a profissionalização dos dirigentes dos regimes próprios introduziu a palavra “risco” no vocabulário do setor. “Até por volta de 2010 as carteiras dos RPPS praticamente não tinham nada de renda variável, eram alheias a risco. Embora hoje em dia a renda fixa seja a opção mais comum, muitos dirigentes já alocam uma parte das reservas em renda variável”, afirma.
Para Zico, que enfatiza que a conquista do Troféu Benchmark não é um mérito apenas dele, mas de toda a equipe que atua com ele no segmento de RPPS, o relacionamento comercial com esses público exige alinhamento de interesses. “Meu trabalho é baseado em confiança e relacionamento. Nossa postura, como representantes da área comercial, é de estar alinhados sempre com os cotistas dos nossos fundos voltados aos regimes próprios, mostrando cenários e alternativas que façam sentido para o momento”, diz. Segundo Zico, a MAG Investimentos possui cerca de 90 cotistas de regimes próprios em seus fundos.