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Voltando ao radar das EFPC
Melhor Gestor de FIPs • Renato Abissamra

Edição 369

Abissamra,Renato(Spectra) 24agoSe o atual momento econômico é marcado pela volatilidade, também abre um lado positivo para os investimentos de risco, especialmente em Fundos de Investimento em Participações (FIPs), que estão com seus preços historicamente baixos. É o que avalia o sócio e head de relações com investidores da Spectra Investments, Renato Abissamra, destacando que a desconfiança do mercado tem levado os investidores a concentrar suas alocações em ativos predominantemente de renda fixa.
“Está muito difícil para levantar capital, por conta de juros, insegurança a longo prazo, dúvida no Brasil em relação à responsabilidade fiscal do governo. Então, no ano passado e nesse, a indústria não está se expandindo. Por outro lado, isso torna o ambiente para investimento muito favorável. Fundos que foram capazes de levantar capital nos últimos 18 meses têm uma grande vantagem, porque estão investindo em um momento de preços baixosâ€, diz.
Ele considera que o segmento de fundos de participações representa uma boa alternativa de alocação para os fundos de pensão, por conta do desenvolvimento e especialização dos profissionais do segmento. “O momento é favorável para investir em FIPsâ€, afirma.
“O retorno tem se mantido positivo. Alguns dados que foram levantados no fim do ano passado mostram que o setor entregou retornos acima da Bolsa, com performance melhor que multimercados. E, na nossa visão, trata-se de um segmento no qual ainda há muito a se desenvolverâ€, analisa.
Segundo ele, há uma tendência entre os fundos de pensão de retomarem os investimentos em FIPs, após alguns anos longe desses ativos por conta de investimentos malsucedidos no passado e acusações de estarem envolvidos em corrupção. “Muitas fundações que tinham tirado os FIPs de suas políticas de investimento voltaram a analisar a possibilidade de aplicar nessa área. E há, também, um movimento do ambiente regulatório para impulsionar investimento de fundações em FIPsâ€, garante.
O gestor, ainda, destaca a menor vulnerabilidade dos FIPs em relação ao cenário macroeconômico, em meio às incertezas causadas pela interrupção na sequência de redução da taxa Selic e à relutância do Banco Central dos Estados Unidos (Fed) em aderir à política de corte dos juros. “Essa é uma vantagem do nosso setor, somos menos afetados pelas conjunturas de curto prazoâ€, diz.
“A gente trabalha com o outro lado do mercado, de empresas não listadas na Bolsa. Nossos fundos privados não sofreram perdas neste ano. As companhias, na média, vão bem, estão crescendo. A expectativa de juros futuros está se mantendo. A volatilidade não se apresenta nas cotas dos FIPs. Você busca retorno acima do que se busca na Bolsa, mas com menos volatilidade. Tem a questão da liquidez, mas para fundos de pensão, isso não é um problemaâ€, comenta.
Abissamra é formado em administração de empresas pelo Mackenzie, com MBA pela FIA-USP, e pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas e na HEC-Paris. Possui cerca de 30 anos de experiência no mercado financeiro e de capitais, com passagens por Credit Commercial de France, HSBC, BNP Paribas, entre outros.
Na Spectra desde 2013, é responsável pelas relações com os Family offices brasileiros, plataformas de gestão de fortunas e fundos de pensão locais. E ele exalta os resultados alcançados: “Conseguimos entregar rentabilidade superinteressante, nossos fundos estão rendendo, na média, 30% ao anoâ€.