Edição 369
A adequação dos investimentos dos fundos de pensão à Resolução CVM 175, ainda a ser anunciada pela Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), assim como as alterações na legislação de investimentos das fundações (Resolução CMN 4.994) e as discussões sobre as suas políticas de investimento, são temas sobre os quais a superintendente comercial para clientes institucionais e corporate da Bradesco Asset Management, Maria Isabel Mattos, faz questão de estar “super atualizada”.
Ela está à frente de uma asset com R$ 78 bilhões captados junto às entidades fechadas de previdência. “Nos próximos meses, a legislação e as políticas de investimento são a nossa principal preocupação”, explica. Ela observa que, embora a Previc ainda vá apresentar as adequações, hoje a legislação das EFPC já é bem ampla e tem boa flexibilidade para os investimentos.
Mas o ano de 2024 trouxe uma série de desafios importantes para o segmento, como a migração dos participantes entre os diversos perfis de investimento. Nesse caso, a proximidade da gestora com as fundações tem que ser ainda mais reforçada, por meio de palestras para explicar aos participantes as características dos diferentes mercados e classes de ativos, ajudando na escolha dos perfis. “Além disso, temos uma consultoria que faz suitability para verificar se o perfil escolhido está adequado”, conta Mattos.
A proximidade com o cliente também é essencial para que ele não tome decisões apressadas em momentos de turbulência dos mercados, diz a superintendente. “Procuramos estar presentes em todos os eventos sobre estratégias para dar uma visão também de longo prazo. Os investidores institucionais procuram ter o máximo possível de informações, seja de legislação seja sobre os mercados locais e internacionais”, detalha.
A área de crédito privado, diz Mattos, é um diferencial da asset, que conseguiu sair ilesa da crise de janeiro de 2023. Com uma mesa de R$ 340 bilhões sob gestão em crédito, a gestora expandiu suas estratégias do high grade para ter também high yield e produtos estruturados. “O crédito é mais um item em que as fundações aumentaram sua alocação, dada a falta de visão de curto prazo sobre as outras classes de ativos”, afirma.
A grande evolução das EFPC, nota a superintendente, passou pela criação dos planos de Contribuição Definida e dos perfis de investimento, com diferentes demandas não só de investimentos mas também exigindo uma atuação forte da área comercial para vender custódia e outros produtos e serviços. Como reflexo da pandemia, surgiu uma grande demanda pela expansão do acesso dos participantes dos planos de benefício à comunicação digital. “Procuramos trazer empresas que pudessem contribuir com isso e hoje há maior dinamismo nesse relacionamento. Procuramos contribuir também com a educação financeira dos participantes, o que ampliou os serviços”, conta
Com mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro, Mattos foi gerente de produtos no banco CCF para os segmentos private, corporate e institucional. Depois da aquisição do banco pela HSBC Global Asset Management, ela passou a atuar como gerente de relacionamento para clientes institucionais. Mais tarde, ocupou o cargo de superintendente comercial para clientes institucionais no Brasil e América Latina.
Desde 2016 na Bradesco Asset Management, ela é superintendente comercial para clientes institucionais e corporate. “Sempre trabalhei em empresas com foco nos institucionais, passei pelas áreas de suporte e de produtos, para depois chegar ao comercial. O objetivo desse trabalho é ir além do produto e dar suporte para uma série de serviços diferenciados, inclusive de educação financeira”, diz.
Graduada em Administração de Empresas pela FGV e pós-graduada em Finanças/Banking pela CEAG-FGV, ela lembra que a asset tem um time robusto, de 15 pessoas, na área comercial e de atendimento. Para as palestras feitas aos clientes, entram os profissionais da equipe toda da casa, composta por 220 pessoas.