Assim como fez com os ativos da Americanas, liquidados nas suas carteiras de investimento com um prejuízo de R$ 18,9 milhões (para ver essa nota, clique aqui), a Funpresp-Exe comunicou nesta quarta-feira aos seus participantes que liquidou também as debêntures da Light que mantinha em carteira, assumindo nesse caso um prejuízo de R$ 7,5 milhões.
A distribuidora de eletricidade carioca entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro na semana passada, mas já antes disso suas debêntures vinham perdendo a confiança do mercado. Em 2 de fevereiro de 2023 a agência de classificação de risco Fitch Ratings anunciou o rebaixamento do rating da empresa, de CCC+ para CCC(bra), retirando-lhe a classificação de grau de investimento (selo de bom pagador).
Na Funpresp-Exe, as debêntures da Light estavam alocadas num fundo de crédito privado que estabelecia, em seu regulamento, que os papéis que perdessem o “grau de investimento” deveriam ser liquidados num prazo de até 63 dias úteis, algo com 3 meses corridos. Como o rebaixamento da nota da empresa pela Fitch Ratings aconteceu em 2 de fevereiro, a fundação tinha até 2 de maio para se desfazer desses ativos.
Na carteira da entidade eles estavam registrados pelo valor de R$ 11,6 milhões, mas foram vendidos antes do prazo final por R$ 4,1 milhões, com um prejuízo de R$ 7,5 milhões, ou 64,65% do seu valor original. Segundo a Funpresp, esse prejuízo representa 0,18% da sua carteira de investimentos consolidada da época, de R$ 6,6 bilhões. A liquidação das debêntures antes da companhia carioca entrar em recuperação judicial evitou um prejuízo ainda maior para a fundação, pois após esse evento o valor de mercado dos papéis caiu ainda mais.
Em nota aos participantes a Funpresp informa que está adotando todas as providências cabíveis no contrato do fundo que abrigava as debêntures, mantendo contato com os gestores, para avaliar o ocorrido e acompanhar o desenvolvimento da situação.
